Leishmanioses: o conhecimento dos profissionais de saúde em área endêmica

Autores

  • Júlia Alves Menezes Centro de Pesquisas René Rachou/ Fundação Oswaldo Cruz
  • Kamila Nunes Maia Fundação Educacional de Divinópolis/ Universidade do Estado de Minas Gerais
  • Rafael Negreiros Verne Fundação Educacional de Divinópolis/ Universidade do Estado de Minas Gerais
  • Ana Paula Madureira Universidade Federal de São João del-Rei
  • Virgínia Torres Schall Centro de Pesquisas René Rachou/ Fundação Oswaldo Cruz
  • Carina Margonari de Souza Centro de Pesquisas René Rachou/ Fundação Oswaldo Cruz

DOI:

https://doi.org/10.5020/2568

Palavras-chave:

Leishmaniose, Conhecimento, Recursos Humanos em Saúde, Atenção Primária à Saúde, Doenças Endêmicas.

Resumo

Objetivo: Investigar o conhecimento sobre as leishmanioses dos profissionais de saúde de um município endêmico do estado de Minas Gerais-Brasil. Métodos: Realizou-se um estudo transversal com 228 profissionais (95 agentes de zoonoses, 83 agentes comunitários de saúde, 18 médicos, 17 enfermeiros, 8 dentistas e 7 veterinários) do município de Divinópolis - Minas Gerais, entre julho e novembro de 2009. Utilizou-se um questionário estruturado, previamente validado, contendo questões objetivas sobre a doença. As análises foram realizadas através do programa Statistical Analysis System. Resultados: A categoria profissional que apresentou melhor média de acertos foi a dos veterinários (8,3), seguida pela dos médicos (8,1), enquanto os agentes comunitários de saúde tiveram a menor média (6,7). As respostas adequadas com menor percentual de acerto foram: medidas preventivas (42,5%), manifestação clínica (25,9%), nomes populares (20,6%) e transmissão (20,2%). Os agentes comunitários de saúde e zoonoses, embora tenham apresentado maior porcentagem de respostas incorretas nas demais questões, foram os que mais acertaram sobre medidas preventivas, juntamente com os veterinários. Conclusão: Evidenciaram-se lacunas conceituais nos profissionais de saúde participantes da pesquisa, reforçando a necessidade de implementar processos de educação permanente destes profissionais, contextualizando as informações sobre as leishmanioses à realidade estudada. doi:10.5020/18061230.2014.p207

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Júlia Alves Menezes, Centro de Pesquisas René Rachou/ Fundação Oswaldo Cruz

Laboratório de Educação em Saúde e Ambiente

Ana Paula Madureira, Universidade Federal de São João del-Rei

Departamento de Engenharia de Biossistemas

Virgínia Torres Schall, Centro de Pesquisas René Rachou/ Fundação Oswaldo Cruz

Laboratório de Educação em Saúde e Ambiente

Carina Margonari de Souza, Centro de Pesquisas René Rachou/ Fundação Oswaldo Cruz

Laboratório de Educação em Saúde e Ambiente

Referências

Talmi-Frank D, Kedem-Vaanunu N, King R, Bar-Gal GK, Edery N, Jaffe CL, et al. Leishmania tropica infection in golden jackals and red foxes, Israel. Emerg Infect Dis. 2010;16(12):1973-5.

Esch KJ, Petersen CA. Transmission and epidemiology of zoonotic protozoal diseases of companion animals.Clin Microbiol Rev. 2013;26(1):58-85.

Lara-Silva FO, Barata RA, Michalsky EM, Ferreira EC, Lopes MOG, Pinheiro AC, Fortes-Dias CL, Dias ES. Rattus norvegicus (Rodentia: Muridae) Infected by Leishmania (Leishmania) infantum (syn. Le. chagasi)in Brazil. Biomed Res Int. 2014;2014:1-7.

Gontijo CMF, Melo MN. Leishmaniose visceral no Brasil: quadro atual, desafios e perspectivas. Rev Bras Epidemiol. 2004;7(3):338-49.

Silva AF, Latorre MRDO, Galati EAB. Fatores relacionados à ocorrência de leishmaniose tegumentar no Vale do Ribeira. Rev Soc Bras Med Trop. 2010;43(1):46-51.

Negrão GN, Ferreira MEMC. Considerações sobre a leishmaniose tegumentar americana e sua expansão no território brasileiro. Revista Percurso. 2014;(1):147-68.

Luz ZMP, Schall V, Rabello A. Evaluation of a pamphlet on visceral leishmaniasis as a tool for providing disease information to healthcare professionals and laypersons. Cad Saúde Pública.2005;21(2):606-21.

Borges BKA, Silva JA, Haddad JPA, Moreira EC,Magalhães DF, Ribeiro LML, et al. Presença de animais associada ao risco de transmissão da leishmaniose visceral em humanos em Belo Horizonte, Minas Gerais. Arq Bras Med Vet Zootec. 2009;61(5):1035-43.

Oliveira SF, Albuquerque FJB. Family health program: an analysis from the beliefs of their service providers.Psicol Soc. 2008;20(2):237-46.

Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Vigilância em saúde: Dengue, Esquistossomose, Hanseníase, Malária, Tracoma e Tuberculose. Brasília: Ministérioda Saúde; 2008.

Lima MVN, Oliveira RZ, Lima AP, Felix MLO, Silveira TGV, Rossi RM, et al. Atendimento de pacientes com leishmaniose tegumentar americana: avaliação nos serviços. Cad Saúde Pública. 2007;23(12):2938-48.

Silva SM. As ações de educação popular praticadas pelos agentes comunitários de saúde na abordagem das questões de saúde em Ceilândia-DF [monografia]. Brasília: Universidade de Brasília; 2013.

Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN. Brasília: Leishmaniose: casos confirmados notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação [acesso em 2014 Out ]. Disponível em: http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/index.php?name=Tnet

Nascimento BWL, Saraiva L, Teixeira Neto RG, Meira PCLS, Sanguinette CC, Tonelli GB, et al. Study of sand flies (Diptera: Psychodidade) in visceral and cutaneousleishmaniasis area in central western of Minas Gerais state - Brazil. Acta Trop. 2013;125(3):262-8.

Margonari C, Menezes JA, Rocha MN, Maia KN, Oliveira ME, Fonseca AL, et al. Public Knowledge about and Detection of Canine Visceral Leishmaniasis in Urban Divinópolis, Brazil. J Trop Med. 2012;2012:1-14.

França VH, Margonari CS, Schall VT. Percepção de professores do ensino básico em relação as suas práticas educativas sobre leishmanioses: um estudo em área endêmica de Minas Gerais. Ensaio Pesquisa Educ Ciências. 2013;15(3):35-51.

Margonari C, Soares RP, Andrade-Filho JD, Xavier DC, Saraiva L, Fonseca AL, et al. Phlebotomine sand flies (Diptera: Psychodidae) and leishmania infection in Gafanhoto Park, Divinópolis, Brazil. J Med Entomol.2010;47(6):1212-9.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -IBGE. Brasília: Sinopse do censo demográfico 2010.Brasília; 2013 [acesso em 2013 Maio 30]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/xtras/temas.php?codmun=312230&idtema=1

Alvim AMM, Carvalho PFB, Oliveira PAB. Análise das dinâmicas econômica e populacional da Microrregião de Divinópolis. Cad Geografia. 2007;17(28):163-80.

Prefeitura Municipal de Divinópolis, Departamento de Epidemiologias. Registro de Leishmanioses.Divinópolis; 2009.

Borges BKA, Silva JA, Haddad JPA, Moreira EV, Magalhães DF, Ribeiro LML, et al. Avaliação do nível de conhecimento e de atitudes preventivas da população sobre a leishmaniose visceral em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cad Saúde Pública.2008;24(4):777-84.

Silva-Nunes M, Cavasini CE, Silva NS, Galati EAB. Epidemiologia da Leishmaniose Tegumentar e descrição das populações de flebotomíneos no município de Acrelândia, Acre, Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2008;11(2):241-51.

Ampuero J, Urdaneta M, Macêdo VO. Factores de riesgo para la transmisión de leishmaniases cutânea em niños de 0 a 5 años en un área endémica de Leishmania (Viannia) braziliensis. Cad Saúde Pública. 2005;21(1):161-70.

Aparicio C, Bitencourt MD. Modelagem espacial de zonas de risco da leishmaniose tegumentar americana. Rev Saúde Pública. 2004;38(4):511-6.

Sosa-Estani SS, Segura EL, Gomez A, Salomón OD, Peralta M, Coutada V, et al. Leishmaniose cutânea no Norte da Argentina: fatores de risco identificados num estudo caso-coorte em três municípios de Salta. Rev Soc Bras Med Trop. 2001;34(6):511-7.

Mondal D, Alama MS, Karim Z, Haquea R, Boelaert M, Kroeger A. Present situation of vector-control management in Bangladesh: A wake up call. Health Policy. 2008;87(3):369-76.

Corrêa LMC. As representações sociais dos agentes de controle de zoonoses sobre a dengue em Uberlândia,MG [dissertação]. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia; 2012.

Oliveira GLA. Prevenção e controle da dengue no município de Sabará/MG: análise de materiais educativos impressos e das representações sociais de agentes de controle de endemias [dissertação]. Belo Horizonte: Centro de Pesquisa René Rachou; 2012.

Almeida JC, Grazziotin AL, Marinho AP, Bollmann C, Amaral CH, Skalski J, et al. Percepção sobre zoonoses de professores e agentes comunitários de saúde no município de Quatro Barras, Paraná. In: Anais do IV Congresso latino americano/ X Congresso Brasileiro de Higienistas de Alimentos, III Encontro de Centros de Controle de Zoonoses e II Encontro do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal,Florianópolis, 2009. São Paulo: DPI Estudio e Editore LTDA; 2009. v. 23. p. 602-3.

Campino L, Maia C. Epidemiologia das leishmanioses em Portugal. Acta Med Port. 2010;23(5):859-64.

Basano AS, Camargo LMA. Leishmaniose tegumentar americana: histórico, epidemiologia e perspectivas de controle. Rev Bras Epidemiol. 2004;7(3):328-37.

Mota LAA, Miranda RR. Manifestações dermatológicas e otorrinolaringológicas na Leishmaniose. Arquivos Int Otorrinolaringol. 2011;15(3):376-81.

Moraes BT, Amorim Filho FS, Caporrino Neto J, Saraceni Neto P, Melo Júnior JES. Leishmaniose Laríngea. Int. Arch. Otorhinolaryngol. 2012;16(4):523-6.

Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica.Manual de vigilância e controle da leishmaniose visceral. Brasília: Ministério da Saúde; 2006.

Collin S, Davidson R, Ritmeijer K, Keus K, Melaku Y, Kipngetich S, et al. Conflict and kala-azar: determinants of adverse outcomes of kala-azar among patients in southern Sudan. Clin Infect Dis. 2004;38(5):612-9.

Publicado

2014-11-11

Como Citar

Menezes, J. A., Maia, K. N., Verne, R. N., Madureira, A. P., Schall, V. T., & Souza, C. M. de. (2014). Leishmanioses: o conhecimento dos profissionais de saúde em área endêmica. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 27(2), 207–215. https://doi.org/10.5020/2568

Edição

Seção

Artigos Originais