Mulheres soropositivas para o hiv: compreensão, sentimentos e vivência diante da maternidade

Autores

  • Valeria Freire Gonçalves Universidade de Fortaleza
  • Danielle Queiroz Teixeira Universidade de Fortaleza - UNIFOR - Fortaleza-CE - Brasil
  • Patricia Farias de Oliveira Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza - SMS - Fortaleza-CE - Brasil
  • Taynná Holanda e Sousa Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza - SMS - Fortaleza-CE - Brasil

DOI:

https://doi.org/10.5020/2918

Palavras-chave:

Aleitamento Materno, HIV/Transmissão, Preconceito.

Resumo

Objetivo: Compreender os sentimentos das mulheres portadoras de HIV, enfatizando o significado de estarem grávidas, a impossibilidade de amamentarem, bem como a vivência relacionada aos procedimentos utilizados para inibição da lactação. Métodos: Pesquisa descritiva, com referencial qualitativo, realizada em um hospital de nível secundário em referência obstétrica, com 12 mães soropositivas, no período de puerpério imediato, na cidade de Fortaleza-CE, Brasil, nos meses de setembro e outubro de 2009. Os dados foram coletados sob a forma de entrevista semiestruturada, gravada pós-consentimento, cujos depoimentos analisados e agrupados receberam análise temática. Resultados: Os resultados possibilitaram compreender a sobrecarga de sentimentos como tristeza, surpresa, desespero e autopreconceito relativos à descoberta do diagnóstico e à preocupação com a saúde do filho. A impossibilidade de amamentação foi causa de frustração e negação para se esconder a doença. Conclusão: As mulheres estavam em conflito afetivo e social devido à incerteza sobre a transmissão da doença para o filho e ao estigma social de serem portadoras do vírus. doi:10.5020/18061230.2013.p281

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Valeria Freire Gonçalves, Universidade de Fortaleza

outoranda em Saúde Coletiva-UFC Mestre em Saúde Pública-UFC Especialista em Epidemiologia e especialista em Enfermagem obstétrica Social-UFC. Aperfeiçoamento em Pneumologia Sanitária Escola Nacional de Saúde Pública-ENSP (1995) e aperfeiçoamento em Vigilância Epidemiológica em Âmbito Hospitalar pelo Ministério da Saúde (2005) . Possui experiência na área de Saúde Pública, Epidemiologia e Saúde da Mulher. Técnica da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará do núcleo de vigilância epidemiologica e docente do Curso de graduação em Enfermagem da Universidade de Fortaleza-UNIFOR.

Referências

Morgado MG, Bastos IF. Estimates of HIV-1 incidence based on sorological methods: a brief methodological review. Cader. Saúd. Púb. 2011;25(Suppl 1): 517-8.

Joint United Nations Programme on HIV/Aids. 2008 report on the global Aids epidemic. Geneva: Joint United Nations Programme on HIV/Aids; 2008.

Bastos FI, Nunn A, Hacker MA, Malta M, Szwarcwald CL. Aids in Brazil: the challenge and the response. In: Celentano DD, Beyrer C, editors. Public health aspects of HIV/Aids in developing countries: epidemiology, prevention and care. New York: Springer Internatinal;2008.

Secretária da Saúde do Estado do Ceará (BR). Informe Epidemiológico Aids. Fortaleza; 2010.

Secretária da Saúde do Estado do Ceará (BR). Informe Epidemiológico Aids. Fortaleza, 2012.

Machado MMT, Braga MQC, Galvão MTG. Problemas com a mama puerperal revelados por mães soropositivas. Rev Esc Enferm USP 2010; 44(1):120-5.

Barroso LMM, Galvão MTG. Avaliação de atendimento prestado a puerperas com HIV/AIDS. Texto Contexto Enferm. 2007;16(3):463-9.

Ministério da Saúde (BR). Recomendações para profilaxia da transmissão vertical do HIV e terapia anti- retroviral em gestantes. Brasília; 2004.

Ministério da Saúde (BR). Guia de Vigilância Epidemiológica. Brasília; 2010.

Carvalho CML, Galvão MTG. Enfrentamento da AIDS entre mulheres infectadas em Fortaleza – CE. Rev Enferm USP. 2008;42(1):90-1.

Pompeu RM, Pompeu GVM, Guillemette LR. Relações Franco-Brasileiras: parceria necessária. São Paulo: Conceito Editorial; 2011.

Bardin L. Análise de conteúdo. Trad. Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa: Edições 70; 2009.

Paganini MC. Humanização da prática pelo cuidado: um marco de referência para a enfermagem em unidades críticas. Cogitare Enferm. 2000; 5(Nesp):73-82.

Dyniewicz AM. Metodologia da pesquisa em saúde para iniciantes. 2 ed. São Caetano do Sul (SP): Difusão Editora; 2009.

Conselho Nacional de Saúde (BR). Resolução nº196/96. Sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília; 1996.

Sant’Anna ACC, Seidl EMF. Efeitos da condição sorológica sobre as escolhas reprodutivas de mulheres HIV positivas. Psicol Reflex Crít. 2009;22(2):244-51.

Braga ICC, Sousa CAC, Souza SR. As faces da vulnerabilidade: mulher, mãe, HIV positiva – reflexões para a enfermagem na saúde da mulher. Rev Pesqui Cuid Fundam (Online) 2010 [acesso em01/02/2012];2(1):2109-25.

Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (BR), Coordenação Estadual de DST/AIDS, Programa Estadual de DST/AIDS. A gestação e o resultado indeterminado na pesquisa de anticorpos Anti-HIV. São Paulo; 2004.

Thiangtham W, Bennett T. Suffering and hope, the lived experiences of Thai HIV positive pregnant women: a phenomenological approach. J Med Assoc Thai. 2009; 92(Suppl 7):59-67.

Sanders LB. Women’s voices: the lived experience of pregnancy and motherhood after diagnosis with HIV. J Assoc Nurses AIDS Care 2008; 19(1):47-57.

Sant’anna ACC & Seidi EMF. Efeitos da Condição Sorológica Sobre as Escolhas Reprodutivas de Mulheres HIV Positivas. Psic. Reflex. Crít. 2009;22(2):244-51.

Langendorf TF, Padoin SMM, Vieira LB, Mutti CF.Gestantes que tem HIV/Aids no contexto da transmissão vertical: visibilidade da produção cientifica nacional na área da saúde. Rev Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, 2011; 3(3): 2109-25.

Barroso LMM. Escala de avaliação da capacidade para cuidar de crianças expostas ao HIV [tese]. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem; 2008.

Preussler GMI, Eidt OR. Vivenciando as adversidades do binômio gestação e HIV/AIDS. Rev Gaú Enfer.2007; 28(1):117-25.

Lourenço SRPN, Afonso HGM. HIV no feminino:vivência psicológica. Rev Bras Enferm. 2009;62(1):119-24.

Diagne G, Dollfus C, Tabone MD, Hervé F, Courcoux MF, Vaudre G, et al. Psychosocial issues in HIV positive women during the perinatal period. Arch Pediatr. 2007;14(5):461-6.

Batista CB, Silva LR. Sentimentos de mulheres soropositivas para HIV diante da impossibilidade de amamentar. Esc Anna Nery. 2007;11(2):268-75.

Araújo MAL, Silveira CB, Melo SP. Vivências de gestantes e puérperas com o diagnóstico do HIV. Rev Bras Enferm. 2008; 61(5):589-94.

Hebling EM, Hardy E. Feelings related to motherhood among women living with HIV in Brazil: a qualitative study. AIDS Care. 2007;19(9):1095-100.

Sant’anna ACC, Seidl EMF, & Galinkin AL. Mulheres,soropositividade e escolhas reprodutivas. Estud Psico.2008; 25(1):101-9.

Bazani AC, Silva PM, Rissi MRR. A vivência da maternidade para uma mulher soropositiva para o HIV: um estudo de caso. Sau & Transf Soc. 2011; 2(1):45-55.

Freire P. Pedagogia do Oprimido. 39ª ed. Rio deJaneiro: Paz e Terra; 2004.

Vasconcelos SG, Galvão MTG, Paiva SS, AlmeidaPC, Pagliuca LMF. Comunicação mãe-filho durante amamentação natural e artificial na era Aids. Rev Rene.2010;11(4):103-9.

Santos SFF, Bispo Jr JP. Desejo de maternidade entre mulheres com HIV/AIDS. Rev Baiana Saúde Pública.2010;34(2):299-310.

Melchior R, Nemes MIB, Basso CR, Castanheira ERL, Britto AMTS, Buchalla CM et al . Evaluation of the organizational structure of HIV/AIDS outpatient care in Brazil. Rev Saúde Pública [serial on the Internet].2006 [cited 2012 Feb 04]; 40(1):143-51. Available from: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0034-89102006000100022&lng=en.

Publicado

2014-04-28

Como Citar

Gonçalves, V. F., Teixeira, D. Q., Oliveira, P. F. de, & Sousa, T. H. e. (2014). Mulheres soropositivas para o hiv: compreensão, sentimentos e vivência diante da maternidade. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 26(2), 281–289. https://doi.org/10.5020/2918

Edição

Seção

Artigos Originais