Assistência pré-natal e resultado perinatal

Autores

  • Iramar Baptistella do Nascimento
  • Raquel Fleig
  • Vanessa Cardoso Pacheco
  • Matheus Leite Ramos de Souza
  • Eduardo Bach Pinheiro
  • Thiago Ribeiro e Silva
  • Jean Carl Silva

DOI:

https://doi.org/10.5020/18061230.2017.p187

Palavras-chave:

Gravidez, Cuidado Pré-Natal, Gestantes.

Resumo

Objetivo: Relacionar o número de consultas de pré-natal aos desfechos perinatais. Métodos: Realizou-se um estudo de corte transversal, no período de setembro de 2014 a agosto de 2015, em base de dados de gestantes de uma maternidade pública na cidade de Joinville/SC/Brasil. A pesquisa incluiu pacientes com gestação única, subdividindo-os em 2 grupos: com 6 ou menos e 7 ou mais consultas de pré-natal. Utilizaram-se os desfechos primários: via de parto, prematuridade, baixo peso ao nascer, macrossomia, óbito perinatal. Analisou-se com modelo de regressão logística multinomial, com intervalo de confiança de 95%. Resultados: Obtiveram-se 4.260 prontuários, 266 (6,2%) realizaram 6 consultas ou menos e 3.994 (93,7%) com 7 consultas ou mais de pré-natal. Os grupos apresentaram diferença nas características maternas; na idade, menor ou igual a 20 anos (27,4% vs 21,3% p=0,020) entre os grupos; na escolaridade, respectivamente primeiro grau incompleto (28,1% vs 21% p=0,006) e segundo grau completo (25,9% vs 36,9% p= 0,000); hipertensão arterial sistêmica (9,77% vs 6,5% p=0,039), diferentes características neonatais, como prematuridade (23,6% vs 6,6% p=0,000), e no parto a termo (76,3%) vs 93,3% p= 0,000) respectivamente. Encontrou-se maior chance de prematuridade (OR= 2,837), baixo peso (OR=1,895) e óbito perinatal (OR=5,584) no grupo que realizou 6 consultas ou menos. Conclusão: As gestantes com menos de sete consultas de pré-natal têm maior chance de ocorrência de prematuridade, baixo peso ao nascer e óbito perinatal.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Pohlmann FC, Kerber NPC, Pelzer MT, Dominguez CC, Minasi JM, Carvalho VF. Modelo de assistência pré-natal no extremo sul do país. Texto & Contexto Enferm. 2016;25(1):e3680013.

Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília: Ministério da Saúde; 2012.

Zanconato G, Msolomba R, Guarenti L, Franchi M. Antenatal care in developing countries: the need for a tailored model. Semin Fetal Neonatal Med. 2006:11(1):15-20.

Organización Mundial de la Salud, Centro de Prensa. Mortalidad materna. Nota descriptiva n° 348. OMS, 2014 Mayo.

Das J, Hammer J. Quality of primary care in low-income countries: facts and economics. Annu Rev Econom. 2014;6(1):525-53.

Leslie HH, Fink G, Nsona H, Kruk ME. Obstetric facility quality and newborn mortality in Malawi: a cross-sectional study.PLoS Med. 2016;13(10):e1002151.

Andreucci CB, Cecatti JG. Desempenho de indicadores de processo do Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento no Brasil: uma revisão sistemática. Cad Saúde Pública. 2011:27(6):1053-64.

Serruya SJ, Lago TG, Cecatti JG. Avaliação preliminar do Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento no Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2004:26(7):517-25.

Allberti GF, Schimith MD, Budó MLD, Neves GL, Rosso LF. Atributo do primeiro contato na atenção básica e práticas de cuidado: contribuições para a formação acadêmica do enfermeiro. Texto & Contexto Enferm. 2016:25(3):2-8

Victora CG, Aquino EML, Leal MC, Monteiro CA, Barros FC, Szwarcwald CL. Saúde de mães e crianças no Brasil: progressos e desafios. Lancet. 2011;377:1863-76.

Cesar JA, Mano OS, Carlotto K, Gonzalez-Chica DA, Mendoza-Sassi RA. Público versus privado: avaliando a assistência à gestação e ao parto no extremo sul do Brasil. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2011;11(3):257-63.

Noronha GA, Lima MC, Lira PIC, Veras AACA, Gonçalves FCLSP, Batista M Filho. Evolução da assistência maternoinfantil e do peso ao nascer no Estado de Pernambuco em 1997 e 2006. Ciênc Saúde Coletiva. 2012;17(10):2749-56.

Gomes ML, Moura MAV, Souza IEO. A prática obstétrica da enfermeira no parto institucionalizado: uma possibilidade de conhecimento emancipatório. Texto & Contexto Enferm. 2013;22(3):763-71

Silva JC, Bertini AM, Ribeiro TE, Carvalho LS, Melo MM, Barreto L Neto. Fatores relacionados à presença de recémnascidos grandes para a idade gestacional em gestantes com diabetes mellitus gestacional. Rev Bras Ginecol Obstet. 2009;31(1):5-9.

Conselho Nacional de Saúde (BR). Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Brasília; 2012 [acesso em 2016 Nov 3]. Disponível em: http://www.conselho.saude.gov.br/webcomissões /conep/index.html

Ferrari RAP, Bertolozzi MR, Dalmas JC, Girotto E. Association between prenatal care and neonatal deaths, 2000-2009,Londrina-PR. Rev Bras Enferm. 2014;67(3):354-9.

Vanderlei LCM, Simoes FTPA, Vidal SA, Frias PG. Avaliação de preditores do óbito neonatal em uma serie histórica de nascidos vivos no Nordeste brasileiro. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2010;4(4):449-58.

Ferraz TR, Neves ET. Fatores de risco para baixo peso ao nascer em maternidades publicas: um estudo transversal. Rev Gauch Enferm. 2011;32(1):86-92.

Granzotto JA, Fonseca SS, Lindemann FL. Fatores relacionados com a mortalidade neonatal em uma Unidade de Terapia Intensiva neonatal na região Sul do Brasil. Rev AMRIGS. 2012;56(1):57-62.

Li N, Liu E, Guo J, Pan L, Li B, Wang P, et al. Maternal prepregnancy body mass index and gestational weight gain on pregnancy outcomes. PLoS One 2013;8(12):e82310.

Kassota AK, Bandeira DR, Borba FM, Almeid GT. Paisagem, arqueologia e os lugares transformados: a Alameda Brüstlein em Joinville (Santa Catarina). Rev Tecnologia Ambiente. 2015;21(1):18-34.

Franco SC, Silva ACA, Tamesawa CS, Ferreira GM, Feijó JMY, Thalia M, et al. Escolaridade e conhecimento sobre duração recomendada para o aleitamento materno exclusivo entre gestantes na estratégia de saúde da família. Arq Catarin Med. 2015;44(3):66-77.

Vitolo MR, Gama CM, Campagnolo PDB. Frequência de utilização do serviço público de puericultura e fatores associados.J Pediatr. 2010;86(1):80-4.

Correa PJ, Vargas JF, Sen S IS. Prediction of gestational diabetes early in pregnancy: targeting the long-term complications. Gynecol Obstet Invest. 2014;77(3):145-9.

Sánchez-Nuncio HR, Pérez-Toga G, Pérez-Rodríguez P V-NF. Impacto del control prenatal en la morbilidad y mortalidad neonatal. Rev Med Inst Mex Seguro Social 2005;43(5):377-80.

Zanini RR, Moraes AB, Giugliani ERJ Riboldi J. Determinantes contextuais da mortalidade neonatal no Rio Grande do Sul por dois modelos de analise. Rev Saúde Publica. 2011;45(1):79-89.

Diabete e hipertensão na gravidez: manual de orientação. Rudge MVC, Amaral MJ, editores. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia; 2004. v. 3.

Resegue R, Puccini RF Silva EMK. Fatores de risco associados a alterações no desenvolvimento da criança. J Pediatr.2007;29(2):117-28.

Hadders-Algra M. General movements: A window for early identification of children at high risk for developmental disorders. J Pediat 2004;145(2 Supl):12-8.

Jiménez-Martínez AA, Peralta-Cerda EG, Hinojosa-García L, García-García P C-MY, Posadas CM. Beneficios y barreras percibidos por las adolescentes en el control prenatal. Ciência 2012; 15(57): 84-8.

Organização Mundial da Saúde. Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde. 10a rev. OMS; 2005.

Ravelli AC, Tromp M, Eskes M, Droog JC, Jager KJ, Reitsma JB, et al. Ethnic differences in stillbirth and Early neonatal mortality in The Netherlands. Epidemiol Community Health. 2011;65(8):696-701.

Mellado CM, Yolanda I, Ávila C. Factores de necesidad asociados al uso adecuado del control prenatal. Rev Cuidarte. 2016;7(2):1345-51.

Sánchez EA. Gestación y prácticas de cuidado. Av Enferm. 2007;25(2):50-7.

Geib LTC, Fréu CM, Brandão M, Nunes ML. Determinantes sociais e biológicos da mortalidade infantil em coorte de base populacional em Passo Fundo, Rio Grande do Sul. Ciênc Saúde Coletiva. 2010;15(2):363-70.

Sharma J, Leslie HH, Kundu F, Kruk ME. Poor quality for poor women? inequities in the quality of antenatal and delivery care in Kenya. PLoS One. 2017;12(1):1-14.

Gaíva MAM, Bittencourt RM, Fujimori E. Óbito neonatal precoce e tardio: perfil das mães e dos recém-nascidos. Ver Gauch Enferm. 2013;34(4):86-92.

Pereira PK, Vieira CL, Santos JFC, Lima LA, Legay LF, Lovisi GM. Avaliação de desfechos perinatais/infantis em partos de pacientes com transtornos mentais maiores de um hospital psiquiátrico do Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saúde Pública. 2014;30(8):1654-66.

Katz J, Lee AC, Kozuki N, Lawn JE, Cousens S, Blencowe H, et al. Mortality risk in preterm and small-forgestational- age infants in low-income and middle-income countries: a pooled country analysis. Lancet. 2013;382(9890):417-25.

Publicado

2017-06-06

Como Citar

do Nascimento, I. B., Fleig, R., Pacheco, V. C., de Souza, M. L. R., Pinheiro, E. B., e Silva, T. R., & Silva, J. C. (2017). Assistência pré-natal e resultado perinatal. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 30(2). https://doi.org/10.5020/18061230.2017.p187

Edição

Seção

Artigos Originais