A Mulher e a Violência. Uma Devastação Subjetiva

Autores

  • Emilse Terezinha Naves

DOI:

https://doi.org/10.5020/23590777.14.3.453-462

Palavras-chave:

violência, devastação, subjetividade, feminino, gozo.

Resumo

A clínica com as mulheres que apresentam um intenso sofrimento psíquico em decorrência da submissão a reiteradas situações de violência doméstica e o número significativo de mulheres que se encontram nessa condição psicossocial coloca a necessidade de refletirmos sobre as condições de subjetivação dessas mulheres. Considerando o conceito freudiano de catástrofe e o conceito lacaniano de devastação para falar de uma relação intensa da filha com a mãe, proponho-me a examinar a ideia de que as mulheres em situação de violência apresentam um processo de destituição narcísica provocada por falência na possibilidade de estruturação de unidade imaginária, operada por uma relação com a mãe devastação que não lhe possibilitou a constituição de inscrição desejante. Desse modo, trata-se aqui de examinar as consequências que a relação mãe/homem, devastação produz para a constituição subjetiva dessas mulheres. Considero que a devastação operada na relação com a mãe é reeditado tragicamente em cada ato de agressão sofrida, colocando em cena a expressão de um gozo apartado da palavra. Essa situação leva, na minha análise à devastação subjetiva que se manifesta por desamparo e imensa falta de recursos para conseguir mudar de posição subjetiva, diante da emergência de um excesso que não consegue ser simbolizado.

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Biografia do Autor

Emilse Terezinha Naves

Professora Adjunto III do curso de Psicologia da Universidade Federal de Goiás/CAC. Doutora em Psicologia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília.

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Publicado

01.12.2014

Como Citar

Naves, E. T. (2014). A Mulher e a Violência. Uma Devastação Subjetiva. Revista Subjetividades, 14(3), 453–462. https://doi.org/10.5020/23590777.14.3.453-462

Edição

Seção

Artigos