A Polêmica do Tratamento Psicanalítico do Autismo: Dimensões Políticas, Sociais e Econômicas

Autores

  • Natália de Andrade de Moraes Universidade Federal de Santa Maria
  • Claudia Maria Perrone Universidade Federal de Santa Maria

DOI:

https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v17i2.5242

Palavras-chave:

psicanálise, autismo, clínica psicanalítica, psicanálise e política

Resumo

Este estudo problematiza a polêmica do tratamento psicanalítico do autismo, situando a forma como se apresenta atualmente no Brasil. Assumindo a indissociabilidade entre os campos político e clínico, propõe a discussão dos aspectos sociopolíticos e econômicos componentes do problema como via de compreensão contextual do que se apresenta como questão clínica. Nesse sentido, trabalha sobre o modo como os avanços da lógica comportamental testemunham um apagamento da dimensão do sujeito, levando à biologização do humano e à relações de supressão da diferença e do sofrimento,  discutindo os efeitos do pensamento neoliberal sobre o campo da saúde, especificamente em relação à psicanálise e ao autismo, de forma a evidenciar a submissão a uma lógica de mercado. Por fim, busca situar o lugar da psicanálise no contexto composto, sinalizando seu movimento de resistência à lógica de disputa incorporada nos debates sobre o tratamento do autismo.

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Biografia do Autor

Natália de Andrade de Moraes, Universidade Federal de Santa Maria

Psicóloga. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria.

Claudia Maria Perrone, Universidade Federal de Santa Maria

Psicóloga e Psicanalista. Professora Associada do Curso de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria.

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Publicado

15.12.2017

Como Citar

de Moraes, N. de A., & Perrone, C. M. (2017). A Polêmica do Tratamento Psicanalítico do Autismo: Dimensões Políticas, Sociais e Econômicas. Revista Subjetividades, 17(2), 12–22. https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v17i2.5242

Edição

Seção

Estudos Teóricos

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