Viver sem o Objeto
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v18i1.5682Palavras-chave:
trauma, casos-limite, psicanálise, objeto.Resumo
O presente artigo tem como objetivo realizar uma leitura clínica psicanalítica do filme “Viver sem endereço” (2014), de Paul Bettany, para investigar o tema da impossível perda do objeto de investimento nos casos-limite. Para isto, retrataremos a história da personagem Hannah, que, assim como outros moradores de rua, vive cercada de perigos e incertezas, típico das situações traumáticas de desamparo. O filme é carregado de cenas que servem de suporte para estabelecer um elo com a faceta dessubjetivante que o trauma pode assumir na configuração psíquica de alguns sujeitos. Optou-se por evidenciar que, no cerne dessa problemática, encontra-se a importância das funções exercidas pelos objetos primários, que, dependendo da qualidade de suas respostas, terão uma ação direta em relação às vivências traumáticas. A partir da análise do filme em interlocução com a psicanálise, pensamos na hipótese de que Hannah traz marcas traumáticas que não puderam ser integradas em seu psiquismo, aumentando a sua passividade em relação ao objeto de consumo pulsional personificado, inicialmente, na droga e depois em seu namorado.
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