A angústia como sinal do desejo do Outro

Autores

  • Rosane Zétola Lustoza

Resumo

O presente trabalho visa investigar o sentido da articulação proposta por Jacques Lacan no Seminário X entre a angústia e o desejo do Outro. Para empreender esta análise, o fio condutor utilizado é o conceito de desejo do Outro. Reconhecendo que, ao longo da obra de Lacan, tal conceito recebeu diferentes definições, relativas aos três registros por ele isolados - imaginário, simbólico e real -, pretende-se inicialmente realizar um exposição de cada uma dessas concepções, para só então avançar a hipótese de que a angústia sinaliza a emergência do desejo do Outro, entendido num registro específico, o do real. Proponho ainda que o Outro real se apresente com um caráter paradoxal e inconsistente. A fim de esclarecer este ponto, recorro a uma breve exposição do que seria a inconsistência para a lógica. O objetivo é, fazendo um uso psicanalítico dessa noção lógica, mostrar de que modo o surgimento da inconsistência do Outro faz com que o sujeito perca seu estatuto enquanto entidade simbólica, resvalando para a posição de objeto de gozo e entrando em angústia. A angústia é o afeto que revela a falta de autonomia do sujeito, que se encontra, nesse caso, impedido de responder diante de um Outro cujo querer é enigmático para ele. Palavras-chave: angústia, sujeito, desejo do Outro, real, inconsistência

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Biografia do Autor

Rosane Zétola Lustoza

Professora do Curso de Psicologia da Universidade Estácio de Sá/RJ, Doutora em Teoria Psicanalítica pela UFRJ, Mestre em Teoria Psicanalítica pela UFRJ, Psicóloga pela UFRJ.

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Publicado

26.06.2006

Como Citar

Zétola Lustoza, R. (2006). A angústia como sinal do desejo do Outro. Revista Subjetividades, 6(1), 44–66. Recuperado de https://ojs.unifor.br/rmes/article/view/1539

Edição

Seção

Artigos