Afetividade na relação paciente e ambiente hospitalar

Autores

  • Glícia Rodrigues Pinheiro
  • Zulmira Áurea Cruz Bomfim

Resumo

O objetivo desse artigo é discutir a afetividade como categoria de análise da relação paciente e ambiente hospitalar. Esse artigo é parte do desenvolvimento da Dissertação de Mestrado, intitulada “Afetividade e ambiente hospitalar: Construção de significados pelo paciente oncológico com dor”. Buscou-se uma compreensão histórico-cultural na relação entre percepção e ação, subjetividade e objetividade, paciente e hospital, enfatizando a afetividade (emoções e sentimentos) como possibilidade de integração e superação da visão dicotômica dessas dimensões. Partiu-se dos pressupostos de que a afetividade pode ser uma forma de se conhecer o ambiente hospitalar e de que a experiência emocional é um indicador da ação e da forma como o paciente se implica nesse espaço. Com intuito de enriquecer a pesquisa bibliográfica, fez-se uso de um estudo preliminar realizado durante a elaboração do texto da dissertação. Nesse trabalho de campo, foi utilizada uma metodologia de apreensão dos afetos desenvolvida por Bomfim (2003) na sua tese de doutorado, a saber: os mapas afetivos. A princípio, definiu-se afetividade como sentimentos e emoções. No segundo momento, procurou-se discutir sobre a afetividade como categoria mediadora de dicotomias presentes na ciência psicológica, iniciando pela razão x emoção, em seguida, enfocando a relação mente x corpo no contexto hospitalar. Discutiu-se, então, sobre importância da cultura nas formas de manifestação dos sentimentos, emoções e sensações corporais, enfocando os aspectos socio-culturais da dor. Referenciando-se na noção de que o impacto emocional do ambiente interfere nas condutas humanas, empreendeu-se, também, uma discussão sobre a afetividade como mediadora da ação-transformação. Os resultados apontaram para imagens de contraste, sofrimento, agradabilidade e insegurança presentes no ambiente hospitalar e como o estudo do ambiente por intermédio da afetividade pode favorecer a humanização e o tratamento dos pacientes oncológicos com dor. Palavras-chave: afetividade, paciente, ambiente hospitalar, dicotomias, psicologia.

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Biografia do Autor

Glícia Rodrigues Pinheiro

Mestranda em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará. Bolsista da Fundação Cearense de Apoio à Pesquisa (FUNCAP).

Zulmira Áurea Cruz Bomfim

Professora Doutora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFC e do Departamento de Psicologia da UFC. Coordenadora do Laboratório de Psicologia Ambiental da UFC (LOCUS).

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Publicado

29.04.2009

Como Citar

Rodrigues Pinheiro, G., & Áurea Cruz Bomfim, Z. (2009). Afetividade na relação paciente e ambiente hospitalar. Revista Subjetividades, 9(1), 45–74. Recuperado de https://ojs.unifor.br/rmes/article/view/1613

Edição

Seção

Artigos