Mortalidade por suicídio: realidade de uma cidade no interior do nordeste brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5020/18061230.2020.10813

Palavras-chave:

Suicídio, Aplicações da Epidemiologia, Causas Externas

Resumo

Objetivo: Delinear as características epidemiológicas da mortalidade por suicídio em uma cidade no interior do Nordeste brasileiro. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo realizado com dados secundários. Coletaram-se dados referentes aos 67 casos de suicídio ocorridos em uma cidade no interior do Ceará, extraídos do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, de 2000 a 2015. O estudo incluiu mortes por lesões autoprovocadas intencionalmente, de acordo com a 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças. Selecionaram-se variáveis para a caracterização dos óbitos, como gênero, faixa etária, estado civil, raça/cor, ocupação e método utilizado. Resultados: Estimou-se o coeficiente de mortalidade específica em 8,77/100 mil habitantes no período avaliado. A maior frequência encontrada foi na população masculina (76,1%), de 40 a 49 anos (32,8%), com estado civil solteiro (53%), de raça/cor parda (68,4%) e com atuação laboral agrícola (64,2%). Verificou-se coeficiente preocupante entre idosos na faixa etária entre 60-69 anos (12,44/100mil habitantes). Enforcamento e autointoxicação por pesticidas configuram-se como os dois principais meios utilizados. Conclusão: Os dados de mortalidade por suicídio no município encontram-se em consonância com as estatísticas globais, mas acima das taxas estaduais e nacionais de suicídio. O perfil das pessoas que cometeram suicídio é composto predominantemente por homens, etnia parda, solteiros e que exercem atividade agrícola como ocupação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sérgio André de Souza Júnior, Universidade de Fortaleza

Especialização em Saúde de Família - UFC Graduação em Medicina - UNIFOR

Cássia Ferreira Rodrigues, Universidade Federal do Ceará

Graduação em Ciências Biológicas – Universidade Estadual do Vale do Acaraú Mestrado em Biotecnologias de Recursos Naturais – UFC Tutora do Curso de Especialização em Saúde de Família – UFC

Referências

World Health Organization. National suicide prevention strategies: progress, examples and indicators [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2018 [acesso em 2020 Jun 26]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/279765/9789241515016-eng.pdf?ua=1

Teixeira SMO, Souza LEC, Viana LMM. O suicídio como questão de saúde pública. Rev Bras Promoç Saúde. 2018;31(3):1–3.

World Health Organization. Suicide in the world: global health estimates [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2019 [acesso em 2020 Jun 26]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/326948/WHO-MSD-MER-19.3-eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Botega NJ. Comportamento suicida: epidemiologia. Psicol USP. 2014;25(3):231–6.

Galvão PVM, Silva HRS, Silva CMFP. Temporal distribution of suicide mortality: a systematic review. J Affect Disord. 2018;228:132–42.

Sinyor M, Tse R, Pirkis J. Global trends in suicide epidemiology. Curr Opin Psychiatry. 2017;30(1):1–6.

Mann JJ, Apter A, Bertolote J, Beautrais A, Currier D, Haas A, et al. Suicide Prevention Strategies. JAMA. 2005;294(16):2064-74.

D’Eça A Jr, Rodrigues LS, Meneses EP Filho, Costa LDLN, Rêgo AS, Costa LC, et al. Mortalidade por suicídio na população brasileira, 1996-2015: qual é a tendência predominante? Cad Saúde Coletiva. 2019;27(1):20–4.

Rodrigues CD, Souza DS, Rodrigues HM, Konstantyner TCRO. Trends in suicide rates in Brazil from 1997 to 2015. Brazilian J Psychiatry. 2019;41(5):380-88.

Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde: PNPS: Anexo I da Portaria de Consolidação no 2, de 28 de setembro de 2017, que consolida as normas sobre as políticas nacionais de saúde do SUS [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2018 [acesso em 2020 Jun 26]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao_saude.pdf

Martini M, Fonseca RC, Sousa MH, Azambuja CF, Cardoso TA, Kunz M, et al. Age and sex trends for suicide in Brazil between 2000 and 2016. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol. 2019;54(7):857-60.

Martins DF Jr, Felzemburgh RM, Dias AB, Caribé AC, Bezerra-Filho S, Miranda-Scippa Â. Suicide attempts in Brazil, 1998-2014: an ecological study. BMC Public Health. 2016;16(1):4–11.

Dantas AP, Azevedo UN, Nunes AD, Amador AE, Marques MV, Barbosa IR. Analysis of suicide mortality in Brazil: spatial distribution and socioeconomic context. Rev Bras Psiquiatr. 2018;40(1):12–8.

World Health Organization. Preventing suicide: a global imperative [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2014 [acesso em 2019 Nov 18]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/131056/9789241564779_eng.pdf?sequence=1

Jacob KS. Reducing suicide rates: need for public health and population interventions. Indian J Psychol Med. 2016;38(6):510-13.

Machado MFS, Leite CKS, Bando DH. Políticas públicas de prevenção do suicídio no Brasil: uma revisão sistemática. Rev Gest Polít Públicas. 2014;4(2):334-56.

Brasil. Lei n. 13.819, de 26 de abril de 2019. Institui a política nacional de prevenção da automutilação e do suicídio [Internet]. Diário Oficial da União: secão 1, Brasília, DF, n. 81, 2019 [acesso em 2020 Jan 13]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13819.htm

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Base de informações do censo demográfico 2010 : resultados do Universo por setor censitário [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2011 [acesso em 2020 Fev 25]. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Resultados_do_Universo/Agregados_por_Setores_Censitarios/CE_20171016.zip

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estimativas da população residente com data de referência 1º de julho de 2019 [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2019 [acesso em 2020 Fev 25]. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101662.pdf

Organização Mundial da Saúde. CID-10 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1997.

Meirelles RC Jr, Castro JO, Faria LR, Silva CLA, Alves WA. Notificações de óbitos por causas externas e violência contra idosos: uma realidade velada. Rev Bras Promoç Saúde. 2019;32:1-12.

Oliveira MIV, Bezerra JG Filho, Feitosa RFG. Estudo Epidemiológico da Mortalidade por suicídio no Estado do Ceará no período 1997-2007. Rev Baiana Saúde Pública. 2012;36(1):159-73.

Ministério da Saúde (BR). Perfil epidemiológico das tentativas e óbitos por suicídio no Brasil e a rede de atenção à saúde: boletim epidemiológico. Brasília: Ministério da Saúde; 2017.

Freire C, Koifman S. Pesticides, depression and suicide: a systematic review of the epidemiological evidence. Int J Hyg Environ Health. 2013;216(4):445-60.

Meyer A, Koifman S, Koifman RJ, Moreira JC, Rezende JC, Abreu-Villaça Y. Mood disorders hospitalizations, suicide attempts, and suicide mortality among agricultural workers and residents in an area with intensive use of pesticides in Brazil. J Toxicol Environ Health. 2010;73(14):866-77.

Marín-León L, Oliveira HB, Botega NJ. Suicide in Brazil, 2004-2010: the importance of small counties. Pan Am J Public Heal. 2012;32(5):351–59.

Diekstra RFW, Gulbinat W. The epidemiology of suicidal behaviour: a review of three continents. World Heal Stat Q. 1993;46(1):52–68.

Machado DB, Santos DN. Suicídio no Brasil, de 2000 a 2012. J Bras Psiquiatr. 2015;64(1):45-54.

Carmo ÉA, Santos PHS, Ribeiro BS, Soares CJ, Santana MLADA, Bomfim EDS, et al. Características sociodemográficas e série temporal da mortalidade por suicídio em idosos no estado da Bahia, 1996-2013. Epidemiol Serv Saude. 2018;27(1):1-8.

Mew EJ, Padmanathan P, Konradsen F, Eddleston M, Chang SS, Phillips MR, et al. The global burden of fatal self-poisoning with pesticides 2006-15: systematic review. J Affect Disord. 2017;219:93-104.

Bonvoisin T, Utyasheva L, Knipe D, Gunnell D, Eddleston M. Suicide by pesticide poisoning in India: a review of pesticide regulations and their impact on suicide trends. BMC Public Health. 2020;20(1):1-16.

Krawczyk N, Meyer A, Fonseca M, Lima J. Suicide mortality among agricultural workers in a region with intensive tobacco farming and use of pesticides in Brazil. J Occup Environ Med. 2014;56(9):993-1000.

World Health Organization. Preventing suicide: a resource for pesticide registrars and regulators [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2019 [acesso em 2020 Jun 26]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/rest/bitstreams/1244790/retrieve

Zalsman G, Hawton K, Wasserman D, van Heeringen K, Arensman E, Sarchiapone M, et al. Suicide prevention strategies revisited: 10-year systematic review. Lancet Psychiatry. 2016;3(7):646-59.

Publicado

2020-12-14

Como Citar

de Souza Júnior, S. A., & Rodrigues, C. F. (2020). Mortalidade por suicídio: realidade de uma cidade no interior do nordeste brasileiro. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 33. https://doi.org/10.5020/18061230.2020.10813

Edição

Seção

Artigos Originais