Atendimento humanizado: as concepções de estudantes de Medicina
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2020.11560Palavras-chave:
Humanização, Humanização da Assistência, Humanização dos Serviços, Educação médica, Estudantes de medicina, UniversidadeResumo
Objetivo: O presente artigo objetiva analisar as concepções de atendimento médico humanizado de graduandos em Medicina da Universidade Federal da Bahia. Métodos: Para o estudo foi realizada uma investigação qualitativa. Os dados foram produzidos a partir de um questionário individual com questões abertas, aplicados a estudantes do 1º ao 8º semestres do curso de Medicina, em agosto de 2018 (n = 451). Resultados: A partir da análise de conteúdo das respostas identificou-se que parte dos estudantes conceitua o atendimento humanizado orientando-se principalmente por aspectos gerais da Política Nacional de Humanização, outros demonstraram superar essa percepção ao relatarem aspectos de sensibilidade e empatia; enquanto um terceiro grupo, por sua vez, apresentou concepções que vão de encontro à proposta do conceito de humanização, reforçando, dessa forma, o discurso de superioridade médica. Conclusão: Ficou evidente que os estudantes de Medicina investigados conceituam atendimento humanizado a partir de orientações diversas, demonstrando que múltiplos fatores podem contribuir para essas concepções.Downloads
Referências
Barros MEB, Gomes RS. Humanização do cuidado em saúde: de tecnicismos a uma ética do cuidado. Fractal Revista de Psicologia. 2011;23(3):641-658.
Gomes RM, Schraiber LB. A dialética humanização-alienação como recurso à compreensão crítica da desumanização das práticas de saúde: alguns elementos conceituais. Interface Comunic. Saúde Educ. 2011;15(37):339-50.
Rios IC, Schraiber L. Humanização e Humanidades em Medicina. São Paulo: UNESP, 2012.
Deslandes SF. Humanização dos cuidados em saúde: conceitos, dilemas e práticas. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2006.
Brasil. Programa nacional de humanização da assistência hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde. 2001, p.1-60.
Heckert ALC, Passos E, Barros MEB. Um seminário dispositivo: a humanização do Sistema Único de Saúde (SUS) em debate. Interface Communication, Health, Education. 2009;13:493-502.
Campos GWS. Um método para análise e co-gestão dos coletivos: a construção do sujeito, a produção de valor de uso e a democracia em instituições - o método da roda. São Paulo: Hucitec, 2000.
Filgueiras S. Eu não sou o HIV que eu tenho: humanização, acolhimento e escuta no atendimento a mulheres que vivem com Aids. In Deslandes, S (org.) Humanização dos cuidados em saúde: conceitos, dilemas e práticas. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2006, p.389-414.
Teixeira RR. Humanização e Atenção Primária à Saúde. Ciência e Saúde Coletiva. 2006;10(3):585-597.
Amoretti R. A Educação médica diante das necessidades sociais em saúde. Revista Brasileira de Educação Médica. 2005;29(2):136-146.
Rios IC. Humanidades e medicina: razão e sensibilidade na formação médica. Ciência e Saúde Coletiva. 2010;15(1):1725-173.
Brasil. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização: a humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as instâncias do SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2004, p.1-20.
Caprara A, Franco AL. Relação médico-paciente e Humanização dos cuidados em saúde: limites, possibilidades, falácias. In Deslandes, S (org.) Humanização dos cuidados em saúde: conceitos, dilemas e práticas. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2006, p.85-108.
Rios IC. Humanidades e medicina : razão e sensibilidade na formação médica. Ciência e Saúde Coletiva. 2009;15(1):1725-1732.
Medeiros LMOP, Batista SHSS. Humanização na formação e no trabalho em saúde : Uma análise da literatura. Trabalho, Educação e Saúde. 2016;14(3):925-951.
Benevides R, Passos E. Humanização na saúde: Humanização na saúde: um novo modismo? Interface Comunicação, Saúde e Educação. 2005;9(17):389-394.
Nogueira-Martins MCF, Bógus CM. Considerações sobre a metodologia qualitativa como recurso para o estudo das ações de humanização em saúde. Saúde e Sociedade. 2004;13(3):44-57.
Haddad AE, Morita MC, Pierantoni CR, Brenell SL, Passarella T, Campos FE. Undergraduate programs for health professionals in Brazil: an analysis from 1991 to 2008. Revista de Saúde Publica. 2010;44(3):383-393.
González AD, Almeida MJ. Movimentos de mudança na formação em saúde: da medicina comunitária às diretrizes curriculares. Physis. 2010;20(2):551-570.
Funghetto SS, Silveira SM, Silvino AM, Karnikowski MGO. Perfil profissional tendo o SUS como base das Diretrizes Curriculares da área da saúde no processo avaliativo. Saúde em Redes. 2015;1(3):103-120.
Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução Nº. 3 de 20 de junho de 2014. Institui diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em Medicina e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 23 jun. 2014; Seção 1, p.8-11.
Formigli VL, Barbosa HS, Lima MAG, Araújo IB, Fagundes NC, Macedo RSA. Projeto Político-Pedagógico do curso de graduação em medicina da FMB. Gazeta Médica Da Bahia. 2010;79(1):3-47.
Kerr LRFS, Kendall C. A pesquisa qualitativa em saúde. Rev Rene. 2013;14(6): 1061-1063.
Gil AC. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2008.
Augusto CA, Souza JP, Dellagnelo EHL, Cario SAF. Pesquisa Qualitativa: rigor metodológico no tratamento da teoria dos custos de transação em artigos apresentados nos congressos da Sober (2007-2011). Revista de Economia e Sociologia Rural. 2013;51(4):745-764.
Kronberger N, Wagner W. Palavras-chave em contexto: análise estatística de textos. In: Bauer MW, Gaskell G. (orgs.) Pesquisa qualitativa com texto: imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes. 2010; p.416-441.
Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Portugal: Edições 70;1977.
Campos CJG. Método de análise de conteúdo: Ferramenta para a análise de dados qualitativos no campo da saúde. Revista Brasileira Enfermagem. 2004;57(5):611-614.
Ferreira RA, Peret Filho LA, Goulart EMA, Valadão MMA. O estudante de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais: perfil e tendências. Rev Ass Med Brasil. 2000;46(3):224-231.
Cardoso Filho FAB, Magalhães JF, da Silva KML, Pereira ISSD. Perfil do Estudante de Medicina da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), 2013. Rev Bras Educ Med. 2015;39(1):32-40.
Fiorotti KP, Rossoni RR, Miranda AE. Perfil do Estudante de Medicina da Universidade Federal do Espírito Santo, 2007. Rev Bras Educ Med. 2010;34(3):355-362.
Lima M. Desigualdades raciais e políticas públicas: ações afirmativas no governo Lula. Novos estudos. 2010;87:77-95.
Brasil. Caderno HumanizaSUS: Formação e intervenção. Brasilia: Ministério da Saúde, 2010, p.1-242.
Kumagai AK. From competencies to human interests: Ways of knowing and understanding in medical education. Academic Medicine. 2014;89(7):978-983.
Pereira RTMC. O ensino da medicina através das humanidades médicas: análise do filme And the band played on e seu uso em atividades de ensino/aprendizagem em educação médica [tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2004.
Rogers CR. The necessary and sufficient conditions of therapeutic personality change. Psychotherapy: Theory, Research, Practice, Training. 2007;44(3):240-248.
Costa FD, Azevedo RCS. Empatia, relação médico-paciente e formação em medicina: um olhar qualitativo. Revista Brasileira de Educação Médica. 2010; 34(2): 261-269.
Silva RHA. Educação interprofissional na graduação em saúde: aspectos avaliativos da implantação na Faculdade de Medicina de Marília (Famema). Educar em Revista. 2011;39:159-175.
Traverso-Yépez M, Morais NA. Reivindicando a subjetividade dos usuários da Rede Básica de Saúde: para uma humanização do atendimento. Cadernos de Saúde Pública. 2004;20(1):80-88.
Pereira GA, Stadler AMU, Uchimura KYO. O olhar do estudante de medicina sobre o sistema único de saúde: a influência de sua formação. 2018;42(3):57-66.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os manuscritos apresentados devem destinar-se exclusivamente à RBPS, não sendo permitida sua apresentação a outro periódico. Junto ao envio do manuscrito, autores devem encaminhar a Declaração de Responsabilidade e de Direitos Autorais assinada por todos os autores, bem como, sua contribuição individual na confecção do mesmo e deverá ser enviada no formato pdf.
O autor poderá depositar a versão final do artigo, com revisão por pares “postprint” em qualquer repositório ou website de acordo com a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
