Atividade física e estado nutricional: fator de proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) em idosas?

Autores

  • Thais Reis Silva Paulo Universidade Federal do Amazonas
  • Igor Conterato Gomes Universidade de São Paulo – Doutorando em Saúde Pública – USP/ SP.
  • Vanessa Ribeiro Santos Universidade Estadual Paulista, Campus de Rio Claro, Departamento de Educação Física, Rio Claro, SP, Brasil.
  • Diego Giulliano Destro Christofaro Universidade Estadual Paulista, Campus de Presidente Prudente, Departamento de Fisioterapia, Presidente Prudente, SP, Brasil.
  • Simone Maria Castellano Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Departamento de Educação Física, UFTM, Uberaba, MG, Brasil.
  • Ismael Fortes Freitas Júnior Universidade Estadual Paulista, Campus de Presidente Prudente, Departamento de Fisioterapia, Presidente Prudente, SP, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.5020/2691

Palavras-chave:

Atividade Física, Doença Crônica, Saúde da Mulher, Idoso.

Resumo

Objetivo: Analisar a relação da prática de atividade física e do estado nutricional com as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em mulheres idosas. Métodos: Estudo observacional, analítico, transversal, amostra por conveniência, amostra de 367 mulheres idosas (60 anos ou mais) das cidades de Presidente Prudente-SP e Uberaba-MG, entre outubro/2010 e agosto/2012. Para identificação das DCNT, utilizou-se um questionário baseado no Standard Health Questionnaire (SHQ), o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), para avaliar o nível de atividade física e as variáveis antropométricas para o estado nutricional. Na análise estatística, utilizou-se o teste qui-quadrado para verificar a associação entre o nível de atividade física, segundo estado nutricional e presença de doenças cardiometabólicas, e regressão logística binária para testar a magnitude dessas associações. Resultados: Houve fator de proteção contra a hipertensão para as mulheres consideradas eutróficas ativas (p=0,024) e eutróficas sedentárias (p=0,032) quando comparadas ao grupo de risco (sedentárias e com sobrepeso/obesidade), porém o mesmo não foi observado nas com excesso de peso e consideradas ativas fisicamente (p=0,734). Houve associação positiva entre as idosas eutróficas sedentárias (p=0,047) em relação ao risco para colesterol. Quando observado, o diabetes não obteve associação em nenhum dos grupos. Conclusão: A atividade física não foi considerada como fator de proteção para hipercolesterolemia, diabetes e hipertensão, possivelmente por causa da causalidade reversa, pois, a partir do diagnóstico da doença, essas mulheres, antes sedentárias, iniciaram a prática de atividade física, contribuindo para esses resultados. doi: 10.5020/18061230.2014.p527

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Publicado

2015-05-27

Como Citar

Paulo, T. R. S., Gomes, I. C., Santos, V. R., Christofaro, D. G. D., Castellano, S. M., & Freitas Júnior, I. F. (2015). Atividade física e estado nutricional: fator de proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) em idosas?. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 27(4), 527–532. https://doi.org/10.5020/2691

Edição

Seção

Artigos Originais