Avaliação neurofuncional em pacientes com hanseníase

Autores

  • Rafael Mesquita Maastricht University, Maastricht, Países Baixos
  • Luana Torres Monteiro Melo Universidade de Fortaleza - UNIFOR
  • Renata dos Santos Vasconcelos Universidade Federal do Ceará - UFC
  • Débora Militão Soares Universidade de Fortaleza - UNIFOR
  • George André Araújo Félix Universidade de Fortaleza - UNIFOR
  • Liana Parente de Azevedo Férrer Universidade de Fortaleza - UNIFOR
  • Ana Paula Vasconcellos Abdon Universidade de Fortaleza - UNIFOR

DOI:

https://doi.org/10.5020/2826

Palavras-chave:

Leprosy, Health Profile, Disability Evaluation, Rehabilitation.

Resumo

Objetivo: Investigar as alterações neurofuncionais apresentadas pelos pacientes com hanseníase, buscando também identificar seu perfil socioeconômico e clínico. Métodos: Estudo transversal com 51 pacientes adultos diagnosticados com hanseníase, independentemente do sexo, realizado em centro de referência, em 2010, no qual se aplicou a ficha de “avaliação neurológica simplificada” e um questionário (dados socioeconômicos e clínicos). Achados apresentados de forma descritiva. Resultados: Encontrou-se média de idade de 46,4 ± 14,9 anos, 32 (62,7%) pacientes do sexo masculino, 32 (62,7%) com ensino fundamental incompleto e 37 (72,5%) com renda familiar de 1 a 3 salários mínimos. O tempo médio em tratamento era de 14,4 ± 15,63 meses. Dominou a hanseníase do tipo multibacilar (n=18/35,3%) e a forma tuberculoide (n=11/21,6%). Articulações interfalangeanas em membros superiores e inferiores comprometidas em 5 (9,8%) e 6 (11,7%) pacientes, respectivamente. Nervos mais acometidos: tibial posterior em 19 (37,3%), ulnar em 17 (33,3%) e fibular comum em 13 (25,5%) pacientes. Músculos com déficits: extensor do hálux (n=8/15,7%), extensor dos artelhos (n=6/11,8%) e abdutor do 5º dedo (n=6;11,8%). Observou-se que 35 (68,6%) pacientes tinham alterações sensitivas em membros inferiores e 14 (27,5%) apresentavam incapacidade funcional grau 1. Conclusão: O estudo evidenciou o perfil socioeconômico dos pacientes com hanseníase como sendo homens, de baixa escolaridade e renda, com classificação operacional multibacilar apresentando a forma clínica tuberculoide. Na avaliação neurofuncional, houve maior ocorrência de alterações sensitivas sobre as motoras, como também discreta presença de deformidades e elevado grau de incapacidade funcional. doi:10.5020/18061230.2014.p247

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Biografia do Autor

Rafael Mesquita, Maastricht University, Maastricht, Países Baixos

Possui graduação em Fisioterapia pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR) em 2008, residência em Fisioterapia Pulmonar pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) em 2011, e Mestrado em Ciências da Reabilitação (Associado Universidade Estadual de Londrina [UEL]-Universidade Norte do Paraná [UNOPAR]) em 2013. Atualmente é aluno de doutorado na Maastricht University, na Holanda (2013-2016). É pesquisador colaborador do Laboratório de Pesquisa em Fisioterapia Pulmonar (LFIP), da UEL; e do Centro de Pesquisa em Ciência da Saúde (CPCS), da UNOPAR. Possui experiência em Fisioterapia, com ênfase em Fisioterapia Respiratória e Reabilitação Pulmonar, atuando principalmente nos seguinte temas: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), exacerbação da DPOC, função dos músculos respiratórios, testes de capacidade de exercício e atividade física na vida diária

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Publicado

2014-11-11

Como Citar

Mesquita, R., Melo, L. T. M., Vasconcelos, R. dos S., Soares, D. M., Félix, G. A. A., Férrer, L. P. de A., & Abdon, A. P. V. (2014). Avaliação neurofuncional em pacientes com hanseníase. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 27(2), 247–255. https://doi.org/10.5020/2826

Edição

Seção

Artigos Originais