Os efeitos do crescimento urbano sobre a dengue

Autores

  • Marco Aurélio Pereira Horta Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública e Meio Ambiente/ENSP/FIOCRUZ
  • Aldo Pacheco Ferreira Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca - Fundação Oswaldo Cruz -FIOCRUZ
  • Robson Bruniera de Oliveira Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca - Fundação Oswaldo Cruz -FIOCRUZ
  • Eduardo Dias Wermelinger Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca - Fundação Oswaldo Cruz -FIOCRUZ
  • Fabrício Thomáz de Oliveira Ker Instituto Estadual de Florestas (IEF) Projetos e Pesquisas
  • Ana Cristina Navarro Ferreira Departamento de Engenharia Geográfica e Energia - Faculdade de Ciências - Universidade de Lisboa
  • Cristina Maria Sousa Catita Departamento de Engenharia Geográfica e Energia - Faculdade de Ciências - Universidade de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.5020/3121

Palavras-chave:

Dengue, Aedes, Distribuição Espacial da População, Saúde Pública.

Resumo

Objetivo: Analisar a dinâmica espacial e temporal da dengue em Coronel Fabriciano, Minas Gerais, Brasil, e associar os casos ao crescimento das áreas urbanas e à perda de áreas naturais nos últimos anos. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, de abordagem quantitativa. Os casos de dengue relativos a 2009 foram obtidos na Secretaria Municipal, incluindo-se os suspeitos e os confirmados. Obtiveram-se shape files contendo informações sobre o limite municipal, limite da área urbana, setores censitários, áreas com construções e áreas naturais. Com base na distribuição dos casos, o estimador de Kernel foi utilizado para medir sua dispersão. Resultados: Casos de dengue notificados foram georreferenciados em ambiente SIG (Sistema de Informações Geográficas). A paisagem mostrou mudanças nas unidades de zona urbana e pastagem, assim como crescimento urbano sobre a matriz de pastagem. Não foram observadas alterações nas áreas de floresta remanescente e eucalipto. Há casos distribuídos espacialmente com uma tendência a formar aglomerados. Conclusão: Observaram-se casos de dengue espacialmente agrupados na região norte da cidade, onde novos bairros surgiram nos últimos anos, acompanhando o crescimento populacional sem estrutura adequada de urbanização e planejamento. Além disso, o crescimento urbano reduziu a margem de cursos d’água e forneceu um solo nu, adequado para o acúmulo de lixo e a formação de criadouros de mosquitos. Fica mais uma vez constatado que políticas públicas eficientes e planejamento urbano adequado podem reduzir o impacto da dengue em regiões endêmicas. doi: http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2013.p539

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Publicado

2014-09-05

Como Citar

Pereira Horta, M. A., Ferreira, A. P., Oliveira, R. B. de, Wermelinger, E. D., Oliveira Ker, F. T. de, Ferreira, A. C. N., & Sousa Catita, C. M. (2014). Os efeitos do crescimento urbano sobre a dengue. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 26(4), 539–547. https://doi.org/10.5020/3121

Edição

Seção

Artigos Originais