Aconselhamento nutricional oferecido a crianças e adolescentes com deficiência

Autores

  • Ursula Viana Bagni Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Annamary do Nascimento Oliveira Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
  • Cristiane Jordânia Pinto Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
  • Letícia Sabino Santos Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
  • Joyce Samara Marques de Oliveira Araújo Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

DOI:

https://doi.org/10.5020/18061230.2015.p418

Palavras-chave:

Criança, Adolescente, Pessoas com Deficiência, Aconselhamento, Nutrição de Grupos de Risco.

Resumo

Objetivo: Avaliar o aconselhamento nutricional oferecido a crianças e adolescentes com deficiência no município de Santa Cruz-RN, Brasil. Métodos: Estudo observacional, transversal, de base populacional, desenvolvido de maio a dezembro de 2013, com 102 crianças e adolescentes atendidos em um Centro de Reabilitação Infantil. Procedeu-se avaliação socioeconômica, demográfica, de saúde e de estilo de vida, assim como da assistência nutricional recebida (se já haviam recebido orientação nutricional de algum profissional da saúde em relação à alimentação e nutrição, com que frequência ocorria e qual o profissional a havia realizado). Resultados: Somente 37% (n=37) dos responsáveis já haviam recebido alguma orientação nutricional. Com relação à frequência do aconselhamento, somente 11,8% (n=4) dos jovens as recebeu 7 ou mais vezes/ano; 23,5% (n=8) as recebeu de 2 a 6 vezes/ ano; e a maioria (64,7%; n=22) as recebeu 1 vez/ano ou menos. O tempo de duração dessas orientações foi curto: a maioria (64,7%; n=22) recebeu apenas uma orientação durante todo o período em que foi acompanhado pela instituição, e menos de 15% (n=5) obteve aconselhamento por mais de seis meses seguidos. Para a maioria dos jovens (73,5%; n=25), a quantidade de tempo recebendo orientações nutricionais não chegou à metade do período de acompanhamento. A orientação nutricional era realizada majoritariamente pelo nutricionista (89,2%; n=33). Conclusão: Houve baixa frequência de aconselhamento nutricional específico para as deficiências apresentadas pelos participantes, e quando tal atividade foi desenvolvida, deu-se de forma irregular durante o acompanhamento no serviço, por período de tempo curto, e de maneira desarticulada do acompanhamento pela equipe multiprofissional.

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Publicado

2015-09-30

Como Citar

Bagni, U. V., Oliveira, A. do N., Pinto, C. J., Santos, L. S., & Araújo, J. S. M. de O. (2015). Aconselhamento nutricional oferecido a crianças e adolescentes com deficiência. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 28(3), 418–426. https://doi.org/10.5020/18061230.2015.p418

Edição

Seção

Artigos Originais