Afetividade e promoção da saúde na escola: construção de significados para o professor

Autores

  • Maxmiria Holanda Batista UNIFOR
  • Tereza Glaucia Rocha Matos UNIFOR
  • Valentin Gavidia Universidade de Valencia
  • Regina Heloisa Maciel UNIFOR
  • Ana MAria Fontenelle Catrib UNIFOR

DOI:

https://doi.org/10.5020/18061230.2016.p390

Palavras-chave:

Afeto, Promoção da Saúde, Educação para a Saúde, Docentes, Instituições Acadêmicas.

Resumo

Objetivo: Compreender a afetividade e a promoção da saúde na escola através da construção de significado pelo professor. Métodos: O presente estudo exploratório e descritivo foi realizado com um enfoque qualitativo utilizando como instrumento de coleta de dados os mapas afetivos e entrevistas semiestruturadas. Os mapas afetivos fornecem a superação da dualidade entre cognição, afeto e representação do espaço, pois, neste contexto, qualquer ambiente pode ser percebido como um território emocional. As entrevistas objetivaram investigar quais ações promotoras de saúde cada professor participou, sua percepção sobre elas, quais afetos emergem quando realizam as ações sugeridas pela escola e como percebem sua participação nestas ações. Os dados foram analisados a partir da análise de conteúdo, emergindo categorias temáticas. Resultados: A partir dos dados dos mapas afetivos surgiram diversos e reveladores sentimentos das professoras ao falar de sua relação com a escola entre eles a amizade, companheirismo e união. Afetos estes considerados como importantes para que a escola seja vista como um lugar prazeroso. Contudo, perceberam-se evidentes conflitos na relação dos professores com os estagiários dos cursos de graduação em saúde responsáveis pela realização das ações voltadas à saúde na escola. Eles não consideram o professor e nem a comunidade escolar e isso faz emergir sentimentos de exclusão e desvalorização. Conclusão: Os sentimentos prazerosos pelo ambiente escolar não são suficientes para o envolvimento do professor nas ações promotoras de saúde pela maneira descontextualizada como estas são realizadas. O que representou um obstáculo para a participação dos docentes. Concluimos este estudio defendiendo el aumento de las discusiones sobre lo papel de los maestros en las acciones de promoción de la salud en la escuela.

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Biografia do Autor

Maxmiria Holanda Batista, UNIFOR

Possui graduação em Psicologia (2005) e Mestrado Saúde Coletiva (2011) pela Universidade de Fortaleza. É Doutoranda em Saúde Coletiva pela Associação Ampla UECE,UFC e UNIFOR. É professora do Curso de Graduação em Psicologia da UNIFOR. Foi bolsista CNPQ e atualmente é participante do Observatório de Promoção da Saúde nos Espaços Institucionais do Doutorado em Saúde Coletiva da UNIFOR com foco em pesquisas que envolvem interdisciplinariedade entre os campos da saúde,educação e psicologia.

Tereza Glaucia Rocha Matos, UNIFOR

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (1985) e doutorado em Psicologia - Universidad de Barcelona (2004). Leciona na graduacao e no Programa de Pós-Graduacao em Psicologia da Universidade de Fortaleza. Atua na área de Psicologia Social e do Trabalho. Participa do Laboratório de Estudos sobre o Trabalho - LET. Os estudos estao direcionados para a producao da subjetividade, trabalho, escolha profissional, identidade, carreira e saúde.

Valentin Gavidia, Universidade de Valencia

Professor Catedrático do Departamento de Ciencias Experimetais e Sociais da Universidade de VAencian com pesquisas relacionadas a educação e saúde.

Regina Heloisa Maciel, UNIFOR

Possui graduação em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1977), mestrado em Applied Psychology Ergonomics - University Of Wales Institute Of Science And Techonology (1981) e doutorado em Psicologia (Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo (1991). Atualmente coordena o Núcleo de Estudos sobre o Trabalho e o Laboratório de Estudos sobre o Trabalho (LET) do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UNIFOR. Faz parte da Rede Observatório em Recursos Humanos, estação Ceará (ROREHS-CE) e colabora em pesquisas do Núcleo TRAMAS da Universidade Federal do Ceará e do Núcleo TRECOS da Universidade Estadual do Ceará. Editora a Revista Subjetividades (antiga Mal-estar e Subjetividade). Assessora o Sindicato dos Funcionários Públicos do Estado do Ceará e o Sindicato dos Empregados em Instituições Bancárias do Ceará. Possui experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Ergonomia, atuando principalmente nos seguintes temas: ergonomia, condições de trabalho, saúde do trabalhador, assédio moral no trabalho e burnout.

Ana MAria Fontenelle Catrib, UNIFOR

Possui pós-doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP(2010), doutorado em Educação pela Universidade Federal da Bahia-UFBA (2002), mestrado em Educação pela Universidade Federal do Ceará-UFC (1997), especialização em Administração Universitária pela Universidade Estadual do Ceará-UECE (1993), especialização em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Estadual do Ceará-UECE (1989) e graduação em Pedagogia pela Universidade de Fortaleza-UNIFOR (1978). Atualmente é avaliadora para supervisão do MEC, avaliadora institucional e de curso de graduação do INEP-MEC, líder de grupo de pesquisa no CNPq, revisora de periódicos nacionais e internacionais indexados e PQ-CNPq. Na Universidade de Fortaleza é professora titular do Mestrado e Doutorado em Saúde Coletiva e coordenadora do Observatório de Avaliação. Tem experiência nas áreas de Educação e de Saúde Coletiva, com ênfase em avaliação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação superior, educação em saúde, promoção da saúde e ambientes educacionais saudáveis.

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Publicado

2016-09-30

Como Citar

Batista, M. H., Matos, T. G. R., Gavidia, V., Maciel, R. H., & Catrib, A. M. F. (2016). Afetividade e promoção da saúde na escola: construção de significados para o professor. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 29(3), 390–398. https://doi.org/10.5020/18061230.2016.p390

Edição

Seção

Artigos Originais