Prevalência e fatores associados ao excesso de peso em uma população urbana do interior do Amazonas, Brasil

Autores

  • Jéssica Yelle Ferreira Cordeiro Departamento de Ciências Biológicas - Centro de Estudos Superiores de Tefé - Universidade do Estado do Amazonas
  • Silvia Regina Sampaio Freitas Departamento de Ciências Biológicas - Centro de Estudos Superiores de Tefé - Universidade do Estado do Amazonas

DOI:

https://doi.org/10.5020/18061230.2016.p533

Palavras-chave:

Fator de Risco, Epidemiologia, Sobrepeso.

Resumo

Objetivo: Descrever a prevalência do sobrepeso na população adulta residente no município de Tefé, Amazonas, segundo características sociodemográficas, de estilo de vida e de saúde. Métodos: Estudo descritivo, transversal, de base populacional, avaliou, por meio de inquérito domiciliar, 451 indivíduos com idade ≥18 anos, em 2015. Utilizou-se questionário para descritores sociodemográficos (gênero, idade, estado civil, escolaridade, renda familiar), estilo de vida (tabagismo, etilismo, sedentarismo), saúde (perfil nutricional, obesidade, diabetes mellitus, hipertensão), e risco para sobrepeso e obesidade, com α=0,05. Resultados: Encontrou-se 22,7% (n=102) da população de Tefé com sobrepeso (IC95%: 20,1-24,6). Contudo, a prevalência do sobrepeso é 1,42 vezes maior nos indivíduos com idade ≥ 36 anos quando comparada à faixa de 18 a 35 anos (IC95%: 1,00-2,02). Prevalência maior observada entre hipertensos (1,58; IC95%: 1,11-2,25), os que não consomem pescado com regularidade (8,98; IC95%:6,37-12,68) e naqueles com circunferência abdominal alterada (3,5; IC95%: 2,41-5,07). A análise mostrou associação do aumento do IMC em função do gênero e da circunferência abdominal. Na análise ajustada para a idade, consumo de pescado e hipertensão, o risco para o sobrepeso foi de 10,07 para indivíduos com circunferência abdominal aumentada (IC95%: 5,01-20,26; p=0,00) e de 3,94 para os homens (IC95%: 2,04-7,61; p=0,00). Conclusão: Os resultados apontam que na população adulta de Tefé, a prevalência do sobrepeso é maior entre os homens com acentuado índice de gordura abdominal.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Phillips CM. Metabolically healthy obesity across the life course: epidemiology, determinants, and implications. Ann N Y Acad Sci. 2016;1381(1):1-16.

Malta DC, Morais OLD Neto, Silva JBD Junior. Apresentação do plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil, 2011 a 2022. Epidemiol Serv Saúde. 2011;20(4):425-38.

Malik VS, Willett WC, Hu FB. Global obesity: trends, risk factors and policy implications. Nat Rev Endocrinol. 2013;9(1):13-27.

Malta DC, Iser BPM, Claro RM, Moura L, Bernal RTI, Nascimento AF, et al. Prevalência de fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis em adultos: estudo transversal, Brasil, 2011. Epidemiol Serv Saúde. 2013;22(3):423-34.

International Association for the Study of Obesity. Adult overweight and obesity in the European Union (EU27) [Internet] London: IASO; 2012 [acesso em 2016 Out 15]. Disponível em: http://www.iaso.org/resources/world-map-obesity/

Imes CC, Burke LE. The obesity epidemic: the USA as a cautionary tale for the rest of the world. Curr Epidemiol Rep. 2014;1(2):82–8.

Kolar DR, Rodriguez DLM, Chams MM, Hoek HW. Epidemiology of eating disorders in Latin America: a systematic review and meta-analysis. Curr Opin Psychiatry. 2016;29(6):363-71.

Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Vigilância em Saúde. VIGITEL Brasil 2014: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2014 [acesso em 2016 Out 11]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2014.pdf

Mertens F, Fillion M, Saint-Charles J, Mongeau P, Távora R, Passo CJS, et al. The role of strong-tie social networks in mediating food security of fish resources by a traditional riverine community in the Brazilian Amazon. Ecol Soc. 2015; 20(3):18-22.

Malta DC, Andrade SC, Claro RM, Bernal RTI, Monteiro CA. Evolução anual da prevalência de excesso de peso e obesidade em adultos nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal entre 2006 e 2012. Rev Bras Epidemiol. 2014;17(Supl 1):267-76.

Oliveira BFA, Mourão DS, Gomes N, Costa JMC, Souza AV, Bastos WR, et al. Prevalência de hipertensão arterial em comunidades ribeirinhas do Rio Madeira, Amazônia Ocidental Brasileira. Cad Saúde Pública.2013;29(8):1617-30.

Lino MZR, Muniz PT, Siqueira KS. Prevalência e fatores associados ao excesso de peso em adultos: inquérito populacional em Rio Branco, Acre, Brasil. Cad Saúde Pública. 2011;27(4):797-810.

Simoes EJ, Bouras A, Cortez-Escalante JJ, Malta DC, Porto DL, Mokdad AH, et al. A priority health index identifies the top six priority risk and related factors for non-communicable diseases in Brazilian cities. BMC Public Health. 2015;15(1):1.

Apovian CM. The Obesity Epidemic: understanding the disease and the treatment. New Engl J Med. 2016;374(2):177-9.

Silva JC Neto, Aleixo NCR. Apropriação da natureza e processos erosivos na Região do Médio Solimões – AM. Rev GeoUECE. 2014;3(40):151-76.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010: Cidades [acesso em 2016 Out 11]. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/populacao. php?lang=&codmun=130420&search=%7Ctefe

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde: percepção do estado de saúde, estilo de vida e doenças crônicas: 2013 [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2014. [acesso em 2016 Out 11]. Disponível em: http://www.pns.icict.fiocruz.br/arquivos/Novos/arquivos/Novos/Qustionario%20PNS.pdf

World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic [Internet]. Geneva: WHO; 2000. (WHO Technical Report Series 894) [acesso em 2016 Out 11]. Disponível em: http:// www.who.int/nutrition/publications/obesity/WHO_ TRS_894/en/

James PA, Oparil S, Pharm BLC, Cushman WC, Dennison-Himmelfarb C, Handler J, et al. 2014 Evidence-Based Guideline for the Management of High Blood Pressure in Adults. Report From the Panel Members Appointed to the Eighth Joint National Committee (JNC 8). JAMA. 2014;311(5):507-20.

Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015-2016) [acesso em 2016 Out 11]. Disponível em: http://www. diabetes.org.br/sbdonline/images/docs/DIRETRIZESSBD- 2015-2016.pdf

Brevidelli MM, Coutinho RMC, Costa LFV, Costa LC. Prevalência e fatores associados ao sobrepeso e obesidade entre adolescentes de uma escola pública. Rev Bras Promoç Saúde. 2015;28(3):379-86.

Stevens GA, Singh GM, Lu Y, Danaei G, Lin JK, Finucane MM, et al. Global burden of metabolic risk factors of chronic diseases collaborating group (body mass index) - national, regional, and global trends in adult overweight and obesity prevalences. Popul Health Metr. 2012;10(1):10-22.

Kramer CK, Zinman B, Retnakaran R. Are metabolically healthy overweight and obesity benign conditions?: A systematic review and meta-analysis. Ann Intern Med. 2013;159(11):758-69.

Jaime PC, Stopa AR, Oliveira TP, Vieira ML, Szwarcwald CL, Malta DC. Prevalência e distribuição sociodemográfica de marcadores de alimentação saudável, Pesquisa Nacional de Saúde, Brasil 2013.Epidemiol Serv Saúde. 2015;24(2):267-76.

Bezerra IN, Cavalcante JB, Moreira TMV, Mota CC, Sicheiri R. Alimentação fora de casa e excesso de peso: uma análise dos mecanismos explicativos. Rev Bras Promoç Saúde. 2016;29(3):455-61.

International Food Policy Research Institute. Global nutrition report 2014: actions and accountability to accelerate the world´s progress on nutrition [Internet]. Washington: IFPRI; 2014 [acesso em 2016 Out 11].Disponível em: http://www.ifpri.org/sites/default/files/publications/gnr14.pdf

Tavares RS, Silva DMGV, Sasso GTM, Padilha MICS, Santos CRM. Fatores de riscos cardiovasculares: estudo com pessoas hipertensas, de um bairro popular na região amazônica. Ciênc Cuid Saúde. 2014;13(1):4-11.

Popkin BM, Slining MM. New dynamics in global obesity facing low- and middle-income countries. Obes Rev. 2013;14(Suppl 2):11-20.

Carlucci SEM, Gouvêa JAG, Oliveira AP, Silva JD, Cassiano ACM, Bennemann RM. Obesidade e sedentarismo: fatores de risco para doença cardiovascular. Com Ciências Saúde. 2013;24(4):375-84.

Publicado

2016-11-29

Como Citar

Cordeiro, J. Y. F., & Freitas, S. R. S. (2016). Prevalência e fatores associados ao excesso de peso em uma população urbana do interior do Amazonas, Brasil. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 29(4), 533–543. https://doi.org/10.5020/18061230.2016.p533

Edição

Seção

Artigos Originais