O “macho nordestino” em formação: sexualidade e relações de gênero entre adolescentes

Autores

  • Aline Veras Morais Brilhante Universidade de Fortaleza - UNIFOR
  • Gracyelle Alves Remigio Moreira Universidade de Fortaleza
  • Luiza Jane Eyre de Souza Vieira Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
  • Raimunda Magalhães da Silva Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
  • Ana Maria Fontenelle Catrib Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

DOI:

https://doi.org/10.5020/18061230.2015.p471

Palavras-chave:

Adolescente, Sexualidade, Relações de Gênero, Vulnerabilidade em Saúde.

Resumo

Objetivo: Analisar a sexualidade e as relações de gênero sob a ótica de adolescentes. Métodos: Estudo qualitativo realizado com dez adolescentes de escolas públicas de Fortaleza, CE. Os dados foram coletados no período de maio a junho de 2012 usando entrevistas semiestruturadas e analisados através da Análise do Discurso. Resultados: Os adolescentes trouxeram elementos discursivos que refletem os tabus que os cercam sobre a sexualidade e a marcada exigência de um comportamento estereotipado segundo os padrões regionais. A necessidade de autoafirmação masculina, a submissão feminina ante os desejos masculinos, a responsabilidade da mulher pela reprodução e o preconceito velado em relação à homossexualidade foram comuns nos discursos dos participantes, como uma extensão de suas realidades familiar e social. Esses padrões espelham um modelo hierárquico de relação de gênero que expõe homens e mulheres a situações de vulnerabilidade eternizadas por fatores socioculturais e que iniciam sua afirmação no período da adolescência. Conclusão: Desse modo, torna-se imperioso trabalhar as questões de gênero com esse grupo, mediante a exposição de novas perspectivas, visando mudanças de atitudes e convicções.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Aline Veras Morais Brilhante, Universidade de Fortaleza - UNIFOR

Professora do curso de Medicina da Unifor, Professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Gracyelle Alves Remigio Moreira, Universidade de Fortaleza

Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Luiza Jane Eyre de Souza Vieira, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Professora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Raimunda Magalhães da Silva, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Professora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Ana Maria Fontenelle Catrib, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Professora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Referências

Foucault M. The history of sexuality: the will to knowledge. London: Penguin Books; 2006. p. 176.

Lindau ST, Gavrilova N. Sex, health, and years of sexually active life gained due to good health: evidence from two US populations based cross sectional surveys of ageing. BMJ. 2010;340:c810

Borges ALV. Relações de gênero e iniciação sexual de mulheres adolescentes. Rev Esc Enferm USP. 2007;41(4):597-604.

Feng Y, Lou C, Gao E, Tu X, Cheng Y, Emerson MR et al. Adolescents’ and young adults’ perception of homosexuality and related factors in three Asian cities. J Adolesc Health. 2012;50(3 Suppl):S52-60

Torres CA, Beserra EP, Barroso MGT. Relações de gênero e vulnerabilidade às doenças sexualmente transmissíveis: percepções sobre a sexualidade dos adolescentes. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2007;11(2):296-302.

Scott JW. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação Realidade. 1995;20(2):71-99.

Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE. Anuário das mulheres brasileiras [Internet]. São Paulo: DIEESE, 2011 [acesso em 2015 Abr 10]. Disponível em: http://www.dieese. org.br/anuario/anuarioMulheresBrasileiras2011.pdf.

Garcia LP, Freitas LRS, Silva GDM, Höfelmann DA. Estimativas corrigidas de feminicídios no Brasil, 2009 a 2011. Rev Panam Salud Publica. 2015;37(4/5):251-7.

Foucault M. Microfísica do poder. 13ª ed. Rio de Janeiro: Graal; 1998.

Fontanella BJB, Luchesi BM., Saidel MGB, Ricas J, Turato ER, Melo DG. Amostragem em pesquisas qualitativas: proposta de procedimentos para constatar saturação teórica. Cad Saúde Pública. 2011;27(2):389-94.

Veiga-Neto A. Michel Foucault e os estudos culturais. In: Costa MV, organizador. Estudos culturais em educação: mídia, arquitetura, brinquedo, biologia, literatura, cinema. Porto Alegre: UFRGS; 2000. p. 37-72.

Butler J. Gender trouble: feminism and the subversion of identity. Nova York: Routledge; 1990. p. 172.

Denzin N. Performance ethnography: critical pedagogy and the politics of culture. Thousand Oaks: Sage; 2003.

Hall S. The work of representation. In: Hall S,organização. Representation: cultural representation and cultural signifying practices. London: Sage/Open University; 1997. p. 1-47.

Orlandi E. A análise de discurso e seus entremeios: notas para a sua história no Brasil. Cad Estudos Linguísticos. 2002;42:21-40.

Orlandi E. Discurso, imaginário social e conhecimento. Em aberto. 1994;61(14):53-9.17. Orlandi E. Análise do discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes; 2009.

Mussalin F. Análise do discurso. In: Mussalin F, Bentes AC. Introdução à linguística: domínio e fronteiras. 3ª ed. São Paulo: Cortez; 2003. v. 2. p. 13-52.

Pêcheux M. Só há causa daquilo que lhe falha ou o inverno político francês: início de uma retificação. In: Pêcheux M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas: UNICAMP; 1988. p.293-307.

Pêcheux M. Análise automática do discurso. In: Gadet F, Hak T. Uma introdução à obra de Michel Pêcheux. 4ª ed. Campinas: UNICAMP; 2010. p. 59-158.

Hindin MJ, Muntifering CJ. Women’s autonomy and timing of most recent sexual intercourse in Sub-Saharan Africa: a multi-country analysis. J Sex Res.2011;48(6):511-9.

Lee-Rife S. Women’s empowerment and reproductive experiences over the life course. Social Soc Sci Med. 2010;71(3):634-42.

Traverso-Yépez MA, Pinheiro VS. Socialização de gênero e adolescência. Estudos Feministas. 2005;13(1):147-62.

Almeida AFF, Hardy E. Vulnerabilidade de gênero para

a paternidade em homens adolescentes. Rev Saúde Pública. 2007;41(4):565-72.

Braz M. A construção da subjetividade masculina e seu impacto sobre a saúde do homem: reflexão bioética sobre justiça distributiva. Ciênc Saúde Coletiva.2005;10(1):97-104.

Beckett MK, Elliott MN, Martino S, Kanouse DE, Corona R, Klein DJ et al. Timing of parent and child communication about sexuality relative to children’s sexual behaviors. Pediatrics. 2010;125(1):34-42.

Deptula DP, Henry DB, Schoeny ME. How can parents make a difference? Longitudinal associations with adolescent sexual behavior. J Fam Psychol. 2010;24(6):731-9.

Denny KE. Gender in context, content and approach comparing gender messages in girl scout and boy scout handbooks. Gend Soc. 2011;25(1):27-47.

Ott MA. Examining the development and sexual behavior of adolescent males. J Adolesc Health. 2010;46(4 Suppl):S3-11.

Taquette SR. Interseccionalidade de gênero, classe e raça e vulnerabilidade de adolescentes negras às DST/ AIDS. Saúde Soc. 2010;19(Supl 2):51-62.

Publicado

2015-12-30

Como Citar

Brilhante, A. V. M., Moreira, G. A. R., Vieira, L. J. E. de S., da Silva, R. M., & Catrib, A. M. F. (2015). O “macho nordestino” em formação: sexualidade e relações de gênero entre adolescentes. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 28(4), 471–478. https://doi.org/10.5020/18061230.2015.p471

Edição

Seção

Artigos Originais