Elevação de níveis pressórios em uma comunidade quilombola

Autores

  • Ilka Kassandra Pereira Belfort Universidade Aberta do SUS-UNA-SUS/UFMA. Rua Viana Vaz, Nº 41, Centro, CEP: 65020-660 São Luís - MA, Brasi
  • Maurício Fernandes Avelar Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adulto, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA, Brasil. Av. dos Portugueses, 1966. Bacanga - CEP 65080-805. São Luís - MA.
  • Jomar Diogo Costa Nunes Faculdade Pitágoras, São Luís, MA, Brasil. Av. Daniel De La Touche, 23 - Olho D'água.
  • Sally Cristina Moutinho Monteiro Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adulto, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA, Brasil. Av. dos Portugueses, 1966. Bacanga - CEP 65080-805. São Luís - MA.

DOI:

https://doi.org/10.5020/18061230.2017.6135

Palavras-chave:

Hipertensão, Atenção Primária à Saúde, Saúde Pública.

Resumo

Objetivo: Verificar a prevalência da elevação dos níveis de pressão arterial em uma comunidade remanescente de quilombo. Métodos: Estudo transversal descritivo, quantitativo, com amostra não probabilística, desenvolvido na Comunidade Quilombola Boca da Mata (Maranhão), no período de dezembro de 2013 a abril de 2014, com 67 famílias, por meio de coleta de dados sócio-demográficos e de saúde/doença, além da aferição da pressão arterial e da medida do peso e da altura. Para verificar a relação entre variáveis, aplicou-se o teste do Qui-Quadrado com p≤0,05. Resultados: Amostra composta de 74 indivíduos com média de idade de 43 anos (±19,17), sendo 63,51% (n=47) mulheres e 36,49% (n=27) homens. Observou-se que 36,49% (n=27) dos participantes apresentaram elevação dos níveis pressóricos e, desses, 17,57% (n=13) possuíam diagnóstico prévio de hipertensão arterial, bem como referiram uso de medicação anti-hipertensiva. Os participantes previamente diagnosticados como hipertensos, 38,4% (n=5), não apresentaram pressão arterial controlada (maior que 140/90 mmHg). Dentre os participantes com pressão arterial alterada, 42,55% (n=20) eram do sexo feminino. Em relação aos dados antropométricos, o índice de massa corporal apresentou média de 23,43 Kg/m2, onde 22,22% (n=18) apresentavam excesso de peso. Conclusão: Existe nesta comunidade uma alta prevalência de quilombolas com níveis pressóricos elevados.

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Biografia do Autor

Ilka Kassandra Pereira Belfort, Universidade Aberta do SUS-UNA-SUS/UFMA. Rua Viana Vaz, Nº 41, Centro, CEP: 65020-660 São Luís - MA, Brasi

Mestre em Saúde Materno Infantil. Especialista em Saúde Materno Infantil e Saúde da Família. Enfermeira da Estratégia Saúde da Família. Preceptora do PET-GRADUA-SUS - UFMA. Possui graduação em Enfermagem pela Faculdade Santa Terezinha - CEST e graduação em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Maranhão

Maurício Fernandes Avelar, Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adulto, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA, Brasil. Av. dos Portugueses, 1966. Bacanga - CEP 65080-805. São Luís - MA.

Farmacêutico Bioquímico graduado pela Universidade Federal do Maranhão (2013). Pesquisador no Banco de Tumores de DNA do Maranhão (UFMA). Atualmente pesquisa os seguintes temas: 1) PREVALÊNCIA DE POLIMORFIRMOS DA CYP2D6 EM PACIENTES EM TERAPIA COM ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS; 2) DETECÇÃO DE PAPILOMAVÍRUS HUMANO EM TECIDOS PARAFINADOS A PARTIR DE BIÓPSIAS ORAIS PELA PCR; 3) ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO PROGRAMA HIPERDIA; 4) CARACTERIZAÇÃO DA FREQUENCIA DE POLIMORFISMOS DO CYP2D6 EM UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA DO INTERIOR DO MARANHÃO. Certificado em fluência na língua inglesa pelo Cambridge Michigan Language Assessment: ECCE (Examination for the Certificate of Competency in English).

Jomar Diogo Costa Nunes, Faculdade Pitágoras, São Luís, MA, Brasil. Av. Daniel De La Touche, 23 - Olho D'água.

Possui graduação em Farmácia-Bioquímica pela Universidade Federal do Maranhão (2011), graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Maranhão (2011) e mestrado em Saúde Materno-Infantil pela Universidade Federal do Maranhão (2013). Área de atuação: oncologia, virologia e biologia molecular

Sally Cristina Moutinho Monteiro, Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adulto, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA, Brasil. Av. dos Portugueses, 1966. Bacanga - CEP 65080-805. São Luís - MA.

Farmacêutica-Bioquímica. Mestrado (2001) e Doutorado (2005) em Biociências e Biotecnologia Aplicada a Farmácia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Especialista em Farmácia Clínica pela Associação dos Farmacêuticos de Ribeirão Preto/SP (2010). Concluiu o programa de Especialização do Instituto Regional FAIMER - Brasil (2014) pela Universidade Federal do Ceará e Foundation for Advancement of Medical Education and Research, com apoio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (SEGTS) e Organização Panamericana da Saúde (OPAS). Especialista em Docência em Saúde (2015) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi Coordenadora do PET REDES Atenção Psicossocial - UFMA (2013 a 2015). Atualmente é Professora Adjunta de Bioquímica Clínica do Departamento de Farmácia, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Presidente do Núcleo Docente Estruturante (NDE) do Curso de Farmácia da UFMA, Membro do Comitê de Ética do Hospital Universitário da UFMA, Professora do Programa de Pós-Graduação em Saúde do Adulto e da Criança (PPGSAC) da UFMA e Pesquisadora do Biobanco de Tumor e DNA do Maranhão (BTMA) - UFMA. Tutora do PET-GRADUA-SUS - UFMA.

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Publicado

2017-09-29

Como Citar

Pereira Belfort, I. K., Avelar, M. F., Nunes, J. D. C., & Moutinho Monteiro, S. C. (2017). Elevação de níveis pressórios em uma comunidade quilombola. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 30(3). https://doi.org/10.5020/18061230.2017.6135

Edição

Seção

Artigos Originais