Apetite emocional em situações negativas e padrão alimentar de mulheres adultas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5020/18061230.2021.10829

Palavras-chave:

Apetite, Comportamento Alimentar, Consumo Alimentar

Resumo

Objetivo: Verificar se e quais padrões alimentares podem estar associados ao apetite emocional em mulheres acompanhadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Métodos: Estudo quantitativo, transversal e analítico realizado em 20 Centros de Saúde da Família do SUS, entre 2016 e 2017, com mulheres de 19 a 59 anos, em idade reprodutiva e alfabetizadas. Coletaram-se dados de peso, altura e circunferência da cintura, e aplicou-se o Questionário de Apetite Emocional (QUEAPEM), para avaliar o apetite emocional, e o Questionário de Frequência Alimentar, para avaliar o consumo alimentar, analisado na forma de padrões alimentares derivados por análise fatorial por meio de testes de esfericidade de Barllet e Kayse-Meyer-Olkin. Verificou-se relação entre os padrões alimentares e a dimensão do apetite emocional pelo teste de Spearman, considerando significativos os valores de p<0,05. Resultados: Ao total, 149 mulheres participaram do estudo, com idade média de 34,3 ± 8,6 anos. A maioria das mulheres (n= 88; 59%) encontra-se com excesso de peso, sendo 25,5% (n=38) com obesidade. Identificaram-se três padrões alimentares que juntos explicaram 16,8% da variabilidade da dieta, denominados de “denso em energia”, “saudável” e “tradicional”. Houve correlação entre o padrão alimentar “tradicional” e a presença de apetite emocional em situações negativas (p<0,05), não havendo correlação com os demais padrões. Conclusão: A identificação de três padrões alimentares permitiu um melhor entendimento da alimentação das mulheres estudadas, além de detectar uma associação inversa, embora fraca, entre o padrão alimentar “tradicional” e o apetite emocional em situações negativas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Yanna Letícia Menezes Paiva, Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE).

Nutricionista, pela Universidade Estadual do Ceará. Residente em Cardiopneumologia pela Escola de Saúde Pública - CE. Membro efetiva do Laboratório de Nutrição e Doenças Crônicas (Nutrindo) da Universidade Estadual do Ceará.

Leandro Teixeira Cacau, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo.

Aluno de Doutorado Direto no Programa de Pós-Graduação Nutrição em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Helena Alves de Carvalho Sampaio, Universidade Estadual do Ceará (UECE).

Professora Emérita da UECE e membro do corpo docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Mestrado e Doutorado) da UECE. Líder do Grupo de Pesquisa Nutrição e Doenças Crônico-Degenerativas (NUTRINDO) da UECE.

Lia Silveira Adriano, Universidade de Fortaleza (UNIFOR).

Graduada em Nutrição (2011), Mestre em Nutrição e Saúde (2015) e Doutora em Saúde Coletiva, ambas pela UECE. Docente do Curso de Nutrição da Universidade de Fortaleza.

Antonio Augusto Ferreira Carioca, Universidade de Fortaleza (UNIFOR).

Graduado em Nutrição pela Universidade Estadual do Ceará (2011). Mestre em Ciências (2014), sendo a área de concentração Nutrição em Saúde Pública. Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Nutrição em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (2017). Docente da Universidade de Fortaleza.

Soraia Pinheiro Machado Arruda, Universidade Estadual do Ceará (UECE).

Graduada em Nutrição pela UECE (2004), mestrado em Saúde Pública pela UECE (2007) e doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Maranhão (2012). Atualmente é pesquisador e professor adjunto do Curso de Graduação em Nutrição, Mestrado Acadêmico em Nutrição e Saúde e Mestrado e Doutorado em Saúde Coletiva da UECE.

Sabrina Dantas Sabry, Faculdade Vale do Jaguaribe (FVJ).

Graduada em Fisioterapia pela Universidade de Fortaleza , Especialista em Saúde da Mulher (COFITO) Mestre em Saúde Pública pela Universidade Estadual do Ceará e Doutora em Saúde Coletiva pela Associação Ampla UECE/UFC/UNIFOR, com período sanduíche no ISC/UFBA.

Referências

Lin X, Xu Y, Xu J, Pan X, Song X, Shan L, et al. Global Burden of Disease. Global burden of noncommunicable disease attributable to high body mass index in 195 countries and territories, 1990–2017. Endocrine. 2020;69:310-20.

Ministério da Saúde (BR). Vigitel Brasil 2019: Vigilancia de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Brasília: Ministério da Saúde; 2020.

Singh GM, Danaei G, Farzadfar F, Stevens GA, Woodward M, Wormser D, et al. The age-specific quantitative effects of metabolic risk factors on cardiovascular diseases and diabetes: a pooled analysis. PLoS One. 2013;8(7):65174.

Pinheiro MM, Oliveira JS, Leal VS, Lira PIC, Souza NP, Campos FACS. Prevalence of overweight and associated factors in women in reproductive age in Northeast Brazil. Rev Nutr. 2016;29(5):679-89.

Arnow B, Kenardy J, Agras WS. The emotional eating scale: The development of a measure to assess coping with negative affect by eating. Int J Eat Disord. 1995;18(1):79-90.

Cebolla A, Barrada JR, van Strien T, Oliver E, Baños R. Validation of the Dutch Eating Behavior Questionnaire (DEBQ) in a sample of Spanish women. Appetite. 2014;73:58-64

Brooks SJ, Cedernaes J, Schiöth HB. Increased Prefrontal and Parahippocampal Activation with Reduced Dorsolateral Prefrontal and Insular Cortex Activation to Food Images in Obesity: a Meta-Analysis of fMRI Studies. PLoS One. 2013;8(4).

Tan CC, Chow CM. Stress and emotional eating: the mediating role of eating dysregulation. Pers Individ Dif. 2014;66:1-4.

Jarcho JM, Tanofsky-Kraff M, Nelson EE, Engel SG, Vannucci A, Field SE, et al. Neural activation during anticipated peer evaluation and laboratory meal intake in overweight girls with and without loss of control eating. Neuroimage. 2015;108:343-53.

Santos RDO, Gorgulho BM, Castro MA, Fisberg RM, Marchioni DM, Baltar VT. Principal Component Analysis and Factor Analysis: differences and similarities in Nutritional Epidemiology application. Rev Bras Epidemiol. 2019;22:190041.

Péneau S, Ménard E, Méjean C, Bellisle F, Hercberg S. Sex and dieting modify the association between emotional eating and weight status. Am J Clin Nutr. 2013;97(6):1307-13.

Konttinen H, Silventoinen K, Sarlio-Lähteenkorva S, Männistö S, Haukkala A. Emotional eating and physical activity self-efficacy as pathways in the association between depressive symptoms and adiposity indicators. Am J Clin Nutr. 2010;92(5):1031-9.

Sabry SD, Carioca AAF, Machado S, Adriano L, Sampaio HAC. Adaptação transcultural do Emotional Appetite Questionnaire em mulheres de língua portuguesa. Ciênc Saúde Colet [Internet]. 2018 [acesso em 2020 Out 5]. Disponível em: http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/adaptacao-transcultural-do-emotional-appetite-questionnaire-em-mulheres-de-lingua-portuguesa/16975?id=16975

Word Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic: report of a WHO consultation. WHO: Geneva; 2000.

Molina MCB, Benseñor IM, Cardoso LO, Velasquez-Melendez G, Drehmer M, Pereira TSS, et al. Reprodutibilidade e validade relativa do Questionário de Frequência Alimentar do ELSA-Brasil. Cad Saude Publica. 2013;29(2):379-89.

Pinheiro ABV, Lacerda EMA, Benzecry EH, Gomes MCS, Costa VM. Tabela para Avaliação de Consumo Alimentar em Medidas Caseiras. Rio de Janeiro: Atheneu; 2005.

Adriano LS, Sampaio HAC, Arruda SPM, Portela CLM, Melo MLP, Carioca AAF, et al. Healthy dietary pattern is inversely associated with non-alcoholic fatty liver disease in elderly. Br J Nutr. 2016;115(12):2189-95.

Ternus DL, Henn RL, Bairros F, Costa JS, Olinto MTA. Padrões alimentares e sua associação com fatores sociodemográficos e comportamentais: pesquisa saúde da mulher 2015, São Leopoldo (RS). Rev Bras Epidemiol. 2019;22:190026.

Cattafesta M, Zandonade E, Bissoli NS, Salaroli LB. Dietary patterns of bank employees and their association with socioeconomic, behavioral and labor factors. Ciênc Saúde Colet. 2019;24(10):3909-22.

Borges CA, Rinaldi AE, Conde WL, Mainardi GM, Behar D, Slater B. Padrões alimentares estimados por técnicas multivariadas: uma revisão da literatura sobre os procedimentos adotados nas etapas analíticas. Rev Bras Epidemiol. 2015;18(4):837-57.

Jessri M, Wolfinger RD, Lou WY, L’Abbé MR. Identification of dietary patterns associated with obesity in a nationally representative survey of Canadian adults: application of a priori, hybrid, and simplified dietary pattern techniques. Am J Clin Nutr. 2017;105(3):669-84.

Bell ME, Bhatnagar S, Liang J, Soriano L, Nagy TR, Dallman MF. Voluntary Sucrose Ingestion, Like Corticosterone Replacement, Prevents the Metabolic Deficits of Adrenalectomy. J Neuroendocrinol. 2001;12(5):461-70.

Oliver G, Wardle J, Gibson EL. Stress and food choice: a laboratory study. Psychosom Med. 2000;62(6):853-65.

Elfhag K, Tholin S, Rasmussen F. Consumption of fruit, vegetables, sweets and soft drinks are associated with psychological dimensions of eating behaviour in parents and their 12-year-old children. Public Health Nutr. 2008;11(9):914-23.

Konttinen H, Männistö S, Sarlio-Lähteenkorva S, Silventoinen K, Haukkala A. Emotional eating, depressive symptoms and self-reported food consumption. A population-based study. Appetite. 2010;54(3):473-9.

Leehr EJ, Krohmer K, Schag K, Dresler T, Zipfel S, Giel KE. Emotion regulation model in binge eating disorder and obesity - a systematic review. Neurosci Biobehav Rev. 2015;49:125-34.

Masheb RM, Grilo CM. Emotional overeating and its associations with eating disorder psychopathology among overweight patients with binge eating disorder. Int J Eat Disord. 2006;39(2):141-6.

Elfhag K, Morey LC. Personality traits and eating behavior in the obese: Poor self-control in emotional and external eating but personality assets in restrained eating. Eat Behav. 2008;9(3):285-93.

Ricca V, Castellini G, Fioravanti G, Lo Sauro C, Rotella F, Ravaldi C, et al. Emotional eating in anorexia nervosa and bulimia nervosa. Compr Psychiatry. 2012;53(3):245-51.

Fay SH, Finlayson G. Negative affect-induced food intake in non-dieting women is reward driven and associated with restrained-disinhibited eating subtype. Appetite. 2011;56(3):682-8.

Crockett AC, Myhre SK, Rokke PD. Boredom proneness and emotion regulation predict emotional eating. J Health Psychol. 2015;20(5):670-80.

Haddad C, Zakhour M, Bou kheir M, Haddad R, Hachach M, Sacre H, et al. Association between eating behavior and quarantine/confinement stressors during the coronavirus disease 2019 outbreak. J Eat Disord. 2020;8:40.

Steele EM, Rauber F, Costa CDS, Leite MA, Gabe KT, Louzada MLC, et al. Dietary changes in the NutriNet Brasil cohort during the covid-19 pandemic. Rev Saude Publica. 2020;54:91.

Scarmozzino F, Visioli F. Covid-19 and the subsequent lockdown modified dietary habits of almost half the population in an Italian sample. Foods. 2020;9(5):675.

Publicado

2021-04-20

Como Citar

Paiva, Y. L. M., Cacau, L. T., Sampaio, H. A. de C., Adriano, L. S., Carioca, A. A. F., Arruda, S. P. M., & Sabry, S. D. (2021). Apetite emocional em situações negativas e padrão alimentar de mulheres adultas. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 34. https://doi.org/10.5020/18061230.2021.10829

Edição

Seção

Artigos Originais