Sintomas osteomusculares de servidores de uma universidade pública brasileira: um estudo ergonômico

Autores

  • Igor Larchert Mota Universidade Federal de Sergipe (UFS)
  • Milson Carvalho Quadros Júnior Instituto de Ciências da Saúde / Faculdades Unidas do Norte de Minas (ICS/FUNORTE)
  • Hector Luiz Rodriguez Munaro Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
  • Alba Benemérita Alves Vilela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)

DOI:

https://doi.org/10.5020/2710

Palavras-chave:

Recursos Humanos, Sinais e Sintomas, Condições de Trabalho

Resumo

Objetivo: Verificar a prevalência de sintomas osteomusculares e as possíveis relações com as condições de trabalho de servidores de uma universidade pública brasileira. Métodos: Estudo transversal e analítico com 105 servidores da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), utilizando um instrumento estruturado para coleta de informações sobre organização do trabalho e perfil sociodemográfico dos participantes. Na avaliação dos sintomas musculoesqueléticos, utilizou-se o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO), ferramenta já validada. Na análise e interpretação dos dados, utilizou-se o Teste de Shapiro-Wilk para avaliar a normalidade dos dados, e o Teste Qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher para o teste de hipóteses, com nível de significância de 5%. Resultados: Os participantes trabalharam em média 5 (±6,04) anos na UESB, tinham idade média de 39,01(± 11,03) anos e 53,3% (n=56) eram do sexo feminino. Todos apresentavam alguma dor no sistema osteomuscular. As consultas com profissionais de saúde foram mais evidentes entre os servidores administrativos do que entre os professores (p=0,04). Os regimes de trabalho (horas de trabalho) de dedicação exclusiva (DE) e 40h semanais foram correlacionados considerando os domínios do Questionário Nórdico apenas no grupo dos professores. Nos sete dias precedentes, houve diferença entre os grupos de professores (DE versus 40h) nos sintomas apresentados nos ombros (p=0,008) e parte superior das costas (p=0,004), além de cotovelo (p=0,01) e punho/mão (p=0,004) em relação à consulta com algum profissional de saúde. Conclusão: Existe uma grande prevalência de queixas musculoesqueléticas nessa amostra, independentemente de ser professor ou servidor administrativo, podendo-se relacioná-las com as condições de trabalho; ou seja, há inadequações laborais. doi: 10.5020/18061230.2014.p341

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Biografia do Autor

Igor Larchert Mota, Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Programa de pós-graduação em Ciências da Saúde.

Milson Carvalho Quadros Júnior, Instituto de Ciências da Saúde / Faculdades Unidas do Norte de Minas (ICS/FUNORTE)

Graduando em Medicina.

Hector Luiz Rodriguez Munaro, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)

Departamento de Saúde, Educação Física.

Alba Benemérita Alves Vilela, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)

Departamento de Saúde, Enfermagem.

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Publicado

2014-12-22

Como Citar

Mota, I. L., Quadros Júnior, M. C., Munaro, H. L. R., & Vilela, A. B. A. (2014). Sintomas osteomusculares de servidores de uma universidade pública brasileira: um estudo ergonômico. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 27(3), 341–348. https://doi.org/10.5020/2710

Edição

Seção

Artigos Originais