Ser cuidador de familiar com câncer de cabeça e pescoço

Autores

  • Isabel de Melo Honório Universidade de Brasília
  • Flávia Oliveira de Almeida Marques da Cruz Universidade de Brasília
  • Elaine Barros Ferreira Universidade de Brasília.
  • Cristine Alves Costa de Jesus Universidade de Brasília.
  • Christiane Inocêncio Vasques Universidade de Brasília
  • Juciléia Rezende de Souza Hospital Universitário de Brasília.
  • Paula Elaine Diniz Reis Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.5020/18061230.2015.p337

Palavras-chave:

Neoplasias, Neoplasias de Cabeça e Pescoço, Cuidadores, Enfermagem Oncológica, Relações Familiares.

Resumo

Objetivo: Conhecer a percepção de cuidadores informais sobre o cuidar de um familiar acometido por neoplasia maligna de cabeça e pescoço. Métodos: Estudo qualitativo realizado no período de março a maio de 2014, no ambulatório de radioterapia do Centro de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) do Hospital Universitário de Brasília (HUB)-Brasil, baseado em entrevista semiestruturada com nove cuidadores. Os dados foram submetidos à Análise de Conteúdo, sendo identificadas quatro unidades de significado: “Representação do câncer na família”, “O cuidado visto como dívida, recompensa individual ou reconstituição do elo familiar”, “Repercussões do câncer na vida pessoal do cuidador” e “Rede e apoio sociais utilizados pelos cuidadores”. Resultados: Foram atribuídos ao câncer sentimentos de tristeza e surpresa diante do diagnóstico, bem como a ideia de castigo. O cuidar foi visto como satisfação pessoal, dever cumprido e oportunidade de reaproximação familiar. Sobrecarga e mudança na rotina foram funções alteradas. Religiosidade, troca de experiência na sala de espera e apoio institucional apareceram como estratégias de enfrentamento. Conclusão: A experiência de cuidar de familiar com câncer de cabeça e pescoço tem interferência direta na vida dos cuidadores. O acolhimento institucional ser apontado como uma estratégia dentro da rede social reforça a importância de integrar os cuidadores como parte significativa do plano de cuidados traçado pela equipe de saúde.

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Biografia do Autor

Isabel de Melo Honório, Universidade de Brasília

Enfermeira formada pela Universidade de Brasília.

Flávia Oliveira de Almeida Marques da Cruz, Universidade de Brasília

Enfermeira. Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação de Enfermagem da Universidade de Brasília (PPGENF/UnB).

Elaine Barros Ferreira, Universidade de Brasília.

Enfermeira. Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação de Enfermagem da Universidade de Brasília (PPGENF/UnB).

Cristine Alves Costa de Jesus, Universidade de Brasília.

Enfermeira. Doutora em Enfermagem Fundamental. Professora Adjunta da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB (FS/UnB) e do PPGENF/UnB.

Christiane Inocêncio Vasques, Universidade de Brasília

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB (FS/UnB) e do PPGENF/UnB.

Juciléia Rezende de Souza, Hospital Universitário de Brasília.

Psicóloga. Doutora em Psicologia pelo programa de pós-graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde da Universidade de Brasília – UnB.

Paula Elaine Diniz Reis, Universidade de Brasília

Enfermeira. Doutora em Enfermagem Fundamental. Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade de Brasília (PPGENF/UnB).

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Publicado

2015-09-30

Como Citar

Honório, I. de M., Oliveira de Almeida Marques da Cruz, F., Barros Ferreira, E., Alves Costa de Jesus, C., Inocêncio Vasques, C., Rezende de Souza, J., & Reis, P. E. D. (2015). Ser cuidador de familiar com câncer de cabeça e pescoço. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 28(3), 337–343. https://doi.org/10.5020/18061230.2015.p337

Edição

Seção

Artigos Originais