Fatores que interferem no acesso aos serviços de saúde mental por crianças e adolescentes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5020/18061230.2018.8642

Palavras-chave:

Pesquisa qualitativa, Acesso aos serviços de saúde, Crianças.

Resumo

Objetivo: Identificar fatores que dificultam ou facilitam o acesso aos serviços de saúde mental por crianças e adolescentes, em situação de acolhimento institucional. Métodos: Passaram pela aplicação de três questionários com questões abertas a profissionais atuantes em CAPSi, escolas especiais e unidades de acolhimento institucional de uma capital, no Sul do Brasil. Tratam-se de pessoas que atendem crianças e/ou adolescentes com deficiência intelectual e/ou transtorno mental e acolhidas. Inicialmente, foi utilizada a técnica de Análise de Conteúdo, complementada pelos Ciclos de Codificação de Saldaña, apoiada pelo software ATLAS.ti. Os extratos de texto foram codificados/categorizados, sendo geradas redes e queries, a partir dos principais fatores levantados. Resultados: Observou-se que emergiram duas categorias: facilidades no acesso e dificuldades no acesso, sendo identificados 21 fatores relacionados a facilidades ao acesso aos serviços de saúde mental e 37 fatores relacionados a dificuldades. Aparece com maior frequência a reinserção social por meio dos serviços substitutivos como facilitador. Contudo a falta de capacitação profissional, a falta de estruturas especializadas para o atendimento desse público e a falta de recursos humanos foram as dificuldades mais acentuadas. Conclusão: Acentuar que essas técnicas contribuíram na identificação de fatores, minimizando o grau de subjetividade, constituindo uma estratégia que propicia a instrumentalização de processos de tomada de decisão.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Giovanella L, Fleury S. Universalidade da atenção à saúde: acesso como categoria de análise. In Política de saúde: o público e o privado. Rio de Janeiro: Fiocruz; 1996. p. 177-198.

Falavina OP, Cerqueira MB. Saúde mental infanto-juvenil: usuários e suas trajetórias de acesso aos serviços de saúde. Espaç. Saúde. 2008;10(1):34-46.

Teixeira MR, Couto MCV, Delgado PGG. Repercussões do processo de reestruturação dos serviços de saúde mental para crianças e adolescentes na cidade de Campinas, São Paulo (2006-2011). Estud. Psicol. 2015;32(4):695-703.

Vannuchi PT, Oliveira CS. Direitos humanos de crianças e adolescentes: 20 anos do Estatuto. Brasília: Secretaria de Direitos Humanos; 2010.

BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. 1999.

Leite ADS. Entre o discurso e a prática: um estudo sobre a garantia do direito à convivência familiar de crianças e adolescentes com deficiência mental e/ou transtorno mental. (Dissertação de Mestrado). Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro; 2011.

UNICEF: United Nations Children’s Fund. Situação Mundial da Infância: crianças com deficiência. Relatório. New York: United Nations; 2013.

Brasil. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). Aprova a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, através de sua Resolução 109/2009. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. 2009.

Gonçalves H, Menasche R. Pesquisando na interface: problemas e desafios a partir da pesquisa qualitativa em saúde. Comun Saúde, Educ. 2014;18(50):449–56.

Araújo L, Dolina J, Petean E, Musquim C, Bellato R, Lucietto G. Diário de pesquisa e suas potencialidades na pesquisa qualitativa em saúde. Rev Bras Pesqui em Saúde. 2013;15(3):53–61.

Knauth DR, Leal AF. A expansão das Ciências Sociais na Saúde Coletiva: usos e abusos da pesquisa qualitativa. Comun Saúde, Educ. 2014;18(50):457–67.

Cubas JM, Carvalho DR, Vosgerau, DSAR. Análise de conteúdo para identificar os fatores que interferem no acesso aos serviços de saúde mental por crianças e adolescentes. Anais do 6º Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa (CIAIQ2017) e do 2st International Symposium on Qualitative Research (ISQR2017), 2017, Salamanca. v. 2 (2017): Atas - Investigação Qualitativa em Saúde. Salamanca. p. 285-294. v. 2. Disponível em: http://proceedings.ciaiq.org/index.php/ciaiq2017/article/view/1219/1180 Acesso em 10/12/2017.

Bardin L. Análise de conteúdo. Reto LA, Pinheiro A, tradutores. Lisboa: Edições 70; 2010.

Saldaña J. The coding manual for qualitative researchers. London: Sage; 2013.

Vosgerau DSAR, Pocrifka DH, Simonian. M. Associação entre a técnica de análise de conteúdo e os ciclos de codificação: possibilidades a partir do software ATLAS. ti. RISTI. 2016;(19):93-106.

Moraes R. Análise de conteúdo. Educação. 1999;22(37):7-32.

Queiroz TLDA. Cavalcante PS. (2011). As contribuições do software Atlas Ti para a análise de relatos de experiência escritos. Anais do X Congresso Nacional de Educação, EDUCERE. Pontifica Universidade Católica do Paraná, Curitiba (2011). p. 11776-87.

Pocrifka DH. Inclusão digital nas políticas públicas para formação de professores em Pernambuco. (Dissertação de mestrado). Recife: Universidade Federal de Pernambuco; 2012.

Cubas JM. Acesso aos serviços de saúde mental por crianças e adolescentes com deficiência intelectual e/ou transtorno mental em situação de acolhimento. (Dissertação de Mestrado). Curitiba: Pontifícia Universidade Católica do Paraná; 2016.

Brasil. Ministério da Saúde. Lei n. 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. 2001.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília. 2011.

Sandelowski, M. (2000). Combining Qualitative and Quantitative Sampling, Data Collection, and Analysis Techniques in Mixed-Method Studies Res. Nurs. Health. 2000; 23:246–55.

Günther H. Pesquisa Quantitativa: esta é a questão? Psic.: Teor. e Pesq. 2006;22(2):201-10.

Ferreira IRC, Vosgerau DSAR, Moysés SJ, Moysés ST Diplomas Normativos do Programa Saúde na Escola: análise de conteúdo associada à ferramenta ATLAS TI. Ciênc. saúde coletiva. 2012;17(12):3385-98.

Carvalho ILN, Gondin APS, Holanda TT, Alencar VP. Capsi: avanços e desafios após uma década de funcionamento. Cad. Bras. Saúde Mental. 2014;6(14):46-60.

Costello EJ, He J, Sampson NA, Kessler RC, Merikangas KR. Services for adolescent psychiatric disorders: 12-month data from the National Comorbidity Survey-Adolescent. Psychiatr Serv. 2014;65(3):359-66.

Couto MCV, Delgado PGG. Crianças e adolescentes na agenda política da saúde mental brasileira: inclusão tardia, desafios atuais. Psicol. Clin. 2015;27(1):17-40.

Patel V, Kieling C, Maulik PK, Divan G. Improving access to care for children with mental disorders: a global perspective. Arch Dis Child. 2013;98(5):323-7.

Becker AE, Kleinman A. Mental health and the global agenda. N Engl J Med. 2013;369:66-73.

Behrens D, Lear, JH, Price, OA. Improving access to children’s mental health care: Lessons from a study of eleven states. A report prepared for The Center for Health and Health Care in Schools, George Washington University; 2013.

Salvador-Carulla, L, Martinez-Leal, R, Poole, M, Salinas-Perez, JA, Tamarit, J, Garcia-Ibanez, J, et al. The mental health care gap in intellectual disabilities in Spain: impact analysis and knowledge-to-action plan. ‎J. Ment. Health Policy Econ. 2013;16(3): 131-41.

Surjus LTLS, Campos RTO. Deficiência intelectual e saúde mental: quando a fronteira vira território. Polis e Psique.2013;3(2):82-96.

Surjus LTLS. Campos RTO. Interface entre deficiência intelectual e saúde mental: revisão hermenêutica. Rev. Saúde Públ. 2014;18(3):532-40

Paim BR, Porta DD, Sarzi DM, Cardinal MF, Siqueira DF, Mello AL, Terra, et al. Atendimento ao adolescente usuário de substâncias psicoativas: papel do centro de atenção psicossocial. Cogitare enferm. 2017;22(1):1-7.

Gondim SMG, Bendassolli PF. The use of the qualitative content analysis in psychology: a critical review. Psicol. Estud. 2014;19(2):191-9.

McGorry P, Bates T, Birchwood M. Designing youth mental health services for the 21st century: examples from Australia, Ireland and the UK. Br J Psychiatry. 2013;202(54): 30-5.

Boydell KM, Hodgins M, Pignatiello A, Teshima J, Edwards H, Willis D. Using Technology to Deliver Mental Health Services to Children and Youth: A Scoping Review. J Can Acad Child Adolesc Psychiatry. 2014;23(2):87-99.

Taquette S. Análise de Dados de Pesquisa Qualitativa em Saúde. Anais do 5º Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa (CIAIQ2016) e do 1st International Symposium on Qualitative Research (ISQR2016), 2016, Porto. v. 2 (2016): Atas - Investigação Qualitativa em Saúde. Porto. v. 2. p. 524-533. Disponível em: http:// http://proceedings.ciaiq.org/index.php/ciaiq2016/article/view/790. Acesso em 18/04/2017.

Downloads

Publicado

2018-11-29

Como Citar

Cubas, J. M., Vosgerau, D. S. R., & Carvalho, D. R. (2018). Fatores que interferem no acesso aos serviços de saúde mental por crianças e adolescentes. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 31. https://doi.org/10.5020/18061230.2018.8642