2016-12-16T14:12:14-03:002016-12-16T14:12:16-03:002016-12-16T14:12:16-03:00Adobe InDesign CS6 (Windows)uuid:188955e1-5edb-4cff-b3a8-70358a505701adobe:docid:indd:707db458-449f-11de-9744-ea1223a8d659xmp.id:893B7DFFB1C3E611A6B8C73F295F21C3proof:pdf1xmp.iid:883B7DFFB1C3E611A6B8C73F295F21C3xmp.did:F8DBC2E0F8C2E611833689B5C01E8F63adobe:docid:indd:707db458-449f-11de-9744-ea1223a8d659defaultconvertedfrom application/x-indesign to application/pdfAdobe InDesign CS6 (Windows)/2016-12-16T14:12:14-03:00xml5º artigo_ Análise de diferenças de desempenho - Livia.inddAdobe PDF Library 10.0.1FalsePDF/X-1:2001PDF/X-1:2001PDF/X-1a:2001
de sustentabilidade, o ISE não possui melhor retorno que outros índices
de ações.
Gallon e Ensslin (2008) investigaram a evidenciação dos elementos que são pilares do ISE (empregados, fornecedores, comunidade, governança corporativa e meio ambiente) nos relatórios da administração das 34 empresas que, de dezembro de 2006 a novembro de 2007, compunham a carteira teórica do ISE, no período de 2000 a 2006, por meio da técnica da análise de conteúdo. Os resultados desse estudo revelaram que os elementos empregados e fornecedores foram os mais evidenciados, seguidos do elemento meio ambiente, e o elemento governança corporativa foi o que teve menor evidenciação. Além disso, os resultados constaram que 62,96% das empresas analisadas classificaram-se com evidenciação moderada, já 25,93% das empresas classificaram-se com evidenciação baixa, e apenas 11,11% das empresas classificaram-se com evidenciação elevada, o que mostra que as empresas ainda têm um longo caminho a trilhar no sentido da transparência e qualidade da divulgação de suas práticas sustentáveis.
Vital et al. (2009) compararam o desempenho de indicadores financeiros de 20 empresas brasileiras listadas no Guia das 500 maiores e melhores da Revista Exame, algumas que faziam parte do ISE e outras que não faziam. Os autores analisaram os indicadores de Vendas (em valor e crescimento), Lucro líquido, Rentabilidade, Capital circulante líquido, Liquidez geral, Endividamento geral, Endividamento de longo prazo, EBITDA e indicadores de exportação, referentes ao ano de 2008, com base na média aritmética dos números absolutos. Os resultados revelaram que as empresas que compõem a carteira teórica do ISE apresentaram melhor desempenho apenas nos indicadores referentes às vendas e às exportações. Logo, as empresas que não faziam parte do ISE foram melhores quanto ao crescimento, ao lucro, à lucratividade, à rentabilidade, ao endividamento e ao EBITDA.
Machado, Machado e Corrar (2009) investigaram se a rentabilidade
média do ISE é estatisticamente igual à rentabilidade dos demais índices
da BOVESPA, no período de dezembro de 2005 a novembro 2007, e
Consumo não cíclico/Saúde e Financeiros e outros/Intermediários financeiros as empresas participantes do ISE mostraram-se superiores.
Segundo os autores, as ações de RSE adotadas pelas empresas vêm se disseminando e despertando a atenção de empresas e investidores,
o que também levou os mercados financeiros a buscarem índices capazes de refletir o desempenho das empresas nessa área de atuação. No entanto, o retorno financeiro dessas ações não é matéria de fácil
mensuração, pois os investimentos em ações de responsabilidade social e ambiental podem acarretar custos adicionais, mas, ao mesmo tempo,
podem possibilitar a melhoria no desempenho financeiro por meio dos
ganhos para a imagem da empresa e da redução de eventuais passivos
trabalhistas ambientais.
Teixeira, Nossa e Funchal (2011) investigaram se a forma de financiamento das empresas é afetada pela sua participação ISE. Foi utilizada uma amostra de 378 empresas, dividida em 94 que participavam do ISE e 284 que não participavam. Considerando que o ISE foi criado em dezembro de 2005, o período estudado compreendeu os anos de 2003 a 2008, no intuito de realizar uma comparação entre os três anos antes da primeira carteira (2003-2005) e os três anos com a carteira ISE (2006-2008). Os resultados revelaram que as empresas participantes tiveram uma relação negativa com o endividamento e o risco ao serem comparadas com aquelas que não participavam, destacando a relevância dos índices de sustentabilidade como um canal de informação crível do comprometimento da empresa com a sustentabilidade.
Macedo, Corrar e Siqueira (2012) compararam o desempenho financeiro de empresas do setor de distribuição de energia elétrica no Brasil, incluindo as socioambientalmente responsáveis e outras sem essa característica, no período de 2005 a 2007. Para separar os dois grupos, utilizou-se o critério de estar listada no ISE em, pelo menos, três anos completos, de 2006 a 2008. Foi aplicada a análise envoltória de dados aos índices de Lucratividade, Margem de lucro, Giro do ativo, Liquidez, Endividamento e Imobilização das empresas no período de 2005 a 2007. Os resultados revelaram que as empresas participantes do ISE apresentaram desempenho financeiro estatisticamente superior,
podendo-se concluir pela superioridade de desempenho das empresas
socioambientalmente responsáveis no período estudado.
Pletsch, Silva e Hein (2015) analisaram a relação entre a sustentabilidade e o desempenho financeiro das empresas listadas no ISE, no período compreendido entre 2008 e 2012. Foram coletadas informações de desempenho econômico financeiro, benefícios internos e benefícios sociais externos por meio de relatórios de sustentabilidade e do balanço social das empresas. Foram aplicados testes estatísticos para análise de correlação canônica, que verificou as variáveis do estudo de duas formas: relação entre as variáveis de Benefícios sociais internos e Desempenho econômico financeiro, e entre as variáveis de Benefícios sociais externos e o Desempenho econômico financeiro. Os resultados mostraram que o Desempenho econômico financeiro influencia, tanto nos Benefícios sociais internos quanto nos Benefícios sociais externos, concluindo-se que, quanto maior for o Desempenho econômico financeiro das empresas, maiores serão os investimentos destinados ao público interno das organizações, e, em seguida, os investimentos em Benefícios sociais externos, destinados à sociedade.
Mazzioni et al. (2013) compararam o desempenho na geração e
distribuição do valor adicionado de empresas participantes do ISE e das
demais empresas listadas na BM&FBovespa. Foram realizados testes
estatísticos em onze indicadores relacionados ao valor adicionado em
uma amostra composta por: 143 empresas em 2009, 182 empresas em 2010 e 185 empresas em 2011. Os achados mostraram que as empresas
pertencentes ao ISE apresentaram desempenho estatisticamente superior no montante médio de valor adicionado gerado pelos três períodos investigados, o que permite concluir que as empresas não participantes do ISE remuneram expressivamente mais o capital de terceiros, enquanto que as empresas participantes apresentam
pagamentos superiores ao capital próprio.
Barakat et al. (2016) investigaram se empresas listadas no ISE apresentam retornos financeiros superiores aos das demais empresas da BM&FBovespa. A amostra utilizada foi de 120 meses, de novembro de 2005 (quando o índice foi criado) até novembro de 2015. Para análise
dos dados, foi realizada uma comparação do comportamento das ações do agregado de empresas que compõem a carteira do ISE em relação
às demais ações do mercado. O principal diferencial do presente estudo,
em relação a outros realizados com dados do ISE, é que a comparação não foi feita diretamente com o Ibovespa, visto que o ele contém também
as ações do ISE. As empresas do ISE foram extraídas da carteira do
Ibovespa e o índice das empresas restantes foi reconstruído seguindo a mesma metodologia do Ibovespa e, dessa maneira, o desempenho do ISE foi comparado com o índice Ibovespa, mas excluídas as participantes do
ISE. Os resultados encontrados mostraram evidências da superioridade da carteira do ISE contra as demais empresas no período observado.
3 Metodologia
Este estudo empírico tem caráter hipotético indutivo, buscando
inferências a partir de dados de amostra de índices calculados por meio
de demonstrações contábeis de empresas brasileiras participantes e não participantes do ISE. Essas inferências apóiam-se em resultados estatísticos, explanatórios das evidências empíricas que suportam este estudo. Os procedimentos utilizados nesta pesquisa são classificados como dentro de um enfoque empírico analítico, uma vez que compreendem técnicas de coleta, tratamento e análise de dados
quantitativos, com forte preocupação com a relação causal entre as
variáveis, e a validação da prova científica é buscada através de testes de graus de significância (MARTINS, 1994).
Este estudo possui abordagem quantitativa, uma vez que foi feito com base em dados estatísticos. Quanto aos objetivos, esta pesquisa classifica-se como descritiva, uma vez que tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população. Neste caso, empresas brasileiras participantes e não participantes do ISE. Também é classificado como documental, devido ao procedimento adotado para a coleta de dados, em que se utilizou dados secundários extraídos dos relatórios anuais de empresas listadas na BM&FBovespa.
empresas. O número de empresas selecionadas por setor, participantes e não participantes do ISE, está relacionado abaixo na tabela 1.
Tabela 1 – N° de empresas participantes e não participantes do ISE
Setor econômico
N° de empresas participantes do ISE
N° de empresas não participantes do ISE
Bens industriais
2
2
Consumo não básico
1
1
Consumo cíclico
1
1
Consumo não cíclico
1
1
Construção e transporte
1
1
Materiais básicos
7
7
Telecomunicações
2
2
Utilidade pública
13
13
TOTAL
28
28
Fonte: Elaborado pelo autor.
No quadro 1, estão relacionadas as empresas participantes e não participantes do ISE que foram selecionadas para o estudo, considerando-se a data base de 31 de março de 2014.
Quadro 1 – Amostra de empresas selecionadas para o estudo
Setor
Empresas participantes do ISE
Empresas não participantes do ISE
Bens industriais
Indústrias Romi S.A.
Nordon Indústrias Metalúrgicas S.A.
Embraer S. A.
Autometal S.A.
Consumo não básico
BRF - Brasil Foods S.A.
JBS S.A.
Consumo não cíclico
Natura Cosméticos S.A.
Avon Products Inc.
Construção e transporte
Even Construtora e Incorporadora S.A.
Cyrela Brazil Realty S.A.
Consumo cíclico
Anhanguera Educacional Participações S.A.
Estácio Participações S.A.
Materiais básicos
Duratex S.A.
Eucatex S.A.
Fibria Celulose S.A.
Klabin S/A
Suzano Papel e Celulose S.A.
Companhia Melhoramentos de São Paulo
Vale S. A.
MMX Mineração e Metálicos S.A.
Braskem S.A.
Unipar Participações S.A.
Gerdau S.A.
Companhia de Ferro Ligas da Bahia
Metalúrgica Gerdau S.A.
Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A.
Telecomunicação
Telemar Norte Leste S. A.
Brasil Telecom S.A.
Tim Participações S.A.
Vivo Participações S.A.
Companhia de Saneamento de Minas Gerais
Companhia de Saneamento do Paraná
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
Sanesalto Saneamento S.A.
AES Tietê S.A.
Ampla Energia e Serviços S.A.
Companhia Energética de Minas Gerais
Companhia Energética de Pernambuco
Companhia Energética de São Paulo
Companhia Energética do Maranhão
Companhia Energética do Ceará
Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia
Utilidade pública
Companhia Paranaense de Energia
Companhia Energética do Rio Grande do Norte
CPFL Energia S.A.
Equatorial Energia S.A.
Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
Espírito Santo Centrais Elétricas S.A.
Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S.A.
Rede Energia S.A.
EDP – Energias do Brasil S.A.
Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A.
Light S.A.
Centrais Elétricas Matogrossenses S.A.
Tractebel Energia S.A.
Energética Barra Grande S.A.
Fonte: BM&FBOVESPA (2014)
Para cada uma das empresas acima, foram coletadas, na data base 31 de dezembro de 2013, as informações financeiras necessárias para o cálculo dos índices relacionados no quadro 2, a seguir:
Quadro 2 – Índices selecionados para o estudo
Tipo do índice
Nome do índice
Fórmula do índice
1.1. Composição do Endividamento
Passivo circulante/(Passivo circulante + Passivo não circulante)
1. Estrutura de capital
1.2. Participação de capital de terceiros
(Passivo Circulante + não circulante)/ Patrimônio líquido
Valor de mercado da ação / Patrimônio líquido por ação
mercado
6.2. Preço/Lucro
Valor de mercado da ação / Lucro por ação
Fonte: Elaborado pelo autor.
As informações contábeis referentes às empresas selecionados foram coletadas no website da BM&FBovespa (http://www.bmfbovespa. com.br), na seção “Informações relevantes”, subseção “Dados Econômico Financeiros”, nos relatórios “Demonstrações Financeiras Anuais Completas”, em agosto de 2014. As informações referentes à cotação de mercado das ações das companhias selecionadas foram coletadas na seção “Histórico de Cotações”. Para as empresas que não tiveram negociação em 31/12/2013, data base escolhida para análise dos dados da pesquisa, coletou-se a cotação mais recente anterior a essa data. Os dados coletados foram transcritos para planilhas eletrônicas e agrupados conforme a participação ou não no ISE.
Também foram registradas na planilha a razão social da empresa,
as moedas de apresentação e as unidades em que os valores foram
divulgados. Concluída a tabulação dos dados, calcularam-se os índices
descritos no quadro 2, agrupando-os segundo a participação ou não da
empresa no ISE. Verificou-se que as empresas Gerdau S.A. e Metalúrgica Gerdau S.A., participantes do ISE, e a não participante Nordon Indústrias Metalúrgicas S.A. não apresentaram atividades operacionais no período da coleta. Desta forma, os índices que possuíam o componente receita
líquida não puderam ser calculados para essas companhias, o que
determinou sua exclusão da análise dos indicadores margem EBITDA, margem bruta, margem operacional e margem líquida.
Neste estudo, utilizou-se a técnica estatística de diferenças entre médias para duas amostras (empresas participantes e empresas não participantes do ISE) que consiste em examinar se a diferença entre as médias de dois grupos de variáveis é significantemente relevante do ponto de vista estatístico. Os testes estatísticos foram realizados com auxílio do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 18.0 for Windows, um software de análise estatística para uso em pesquisas. Examinou-se se os dados da amostra apresentavam distribuição normal realizando o teste de Kolmogorov-Smirnov. No entanto, os resultados revelaram que os dados da amostra não eram paramétricos. Assim, foram realizados testes para dados não paramétricos de diferenças de
médias de Wilcoxon para as duas amostras relacionadas. Os testes estatísticos foram realizados com nível de confiança 95%.
4 Análise dos resultados
Nesta seção, analisam-se os resultados dos testes estatísticos, os quais foram distribuídos em duas partes. A primeira apresenta os resultados gerais dos indicadores financeiros de companhias participantes e não participantes do ISE, enquanto a segunda discute os resultados por setor econômico.
4.1 Análise geral dos indicadores financeiros de companhias
participantes e não participantes do ISE
A tabela 2 apresenta os resultados dos testes de diferenças entre médias dos indicadores de companhias participantes e não participantes do ISE. Observa-se que os resultados não relevaram diferenças estatisticamente significantes entre as empresas participantes e não participantes do ISE.
Tabela 2 – Resultado geral dos testes de diferenças entre médias
Teste de
Wilcoxon
Tipo de Índice
Índice
Tipo de empresa
N° de observações
Média
Sig.
z
(P-value)
1.1. Composição
ISE
28
0,33
-1,12
0,26
do Endividamento
Não ISE
28
0,38
1. Estrutura de capital
1.2. Participação de capital de terceiros
ISE
28
1,08
-1,00
0,32
Não ISE
28
1,01
1.3. Imobilização do patrimônio líquido
ISE
28
1,30
-0,18
0,86
Não ISE
28
1,06
2. Gestão do
2.1. Margem EBITDA
ISE
26
0,41
-1,21
0,23
Não ISE
27
1,52
capital de giro
2.2. Cobertura
ISE
28
5,64
-1,66
0,10
de despesas financeiras
Não ISE
28
4,31
3.1. Liquidez
ISE
28
1,71
-0,77
0,44
3. Liquidez
Corrente
Não ISE
28
1,46
ISE
28
1,56
-0,93
0,35
3.2. Liquidez seca
Não ISE
28
1,27
4. Rentabilidade
4.1. Rentabilidade do Ativo
ISE
28
0,08
-1,53
0,13
Não ISE
28
0,05
sobre o
4.2. Rentabilidade
ISE
28
0,17
investimento
do Patrimônio líquido
-0,64
0,52
Não ISE
28
0,17
5.1. Margem
ISE
26
0,39
-0,22
0,83
bruta
Não ISE
27
0,41
5. Margem de lucratividade
5.2. Margem operacional
ISE
26
0,31
-0,47
0,64
Não ISE
27
1,45
5.3. Margem
ISE
26
0,59
-1,28
0,20
líquida
Não ISE
27
1,26
6.1. Preço/Valor
ISE
28
2,19
-0,84
0,40
6. Valor de
patrimonial da ação
Não ISE
28
1,49
mercado
6.2. Preço/Lucro
ISE
28
15,24
-0,34
0,73
Não ISE
28
22,89
Fonte: Elaborado pelo autor.
No entanto, sem considerar significância estatística para as
diferenças observadas, houve diferenças nos indicadores entre os
dois grupos de empresas. Os indicadores de estrutura de capital das
empresas participantes do ISE revelaram-se superiores apenas no índice
composição do endividamento. Já para os índices de participação de capital de terceiros e de Imobilização do patrimônio líquido, as empresas não participantes do ISE que apresentaram o melhor desempenho. Para
os índices de gestão do capital de giro, as empresas não participantes
do ISE revelaram superioridade apenas no índice margem EBITDA,
Na análise dos índices de Liquidez (tabela 5), não foram observadas diferenças significantes entre os dois grupos de empresas.
Tabela 5 – Resultado dos testes de diferenças entre médias de índices de Liquidez
Índice
3.1. Liquidez corrente
3.2. Liquidez seca
Média
Sig.
Média
Sig.
ISE
Não ISE
z
(P-value)
ISE
Não ISE
Z
(P-value)
Bens industriais
1,81
0,32
-1,34
0,18
1,10
0,24
-1,34
0,18
Materiais básicos
1,68
2,68
-1,69
0,09
1,40
2,10
-1,52
0,13
Telecomunicação
1,02
0,84
-0,45
0,65
1,00
0,83
-0,44
0,65
Utilidade pública
1,21
1,07
-1,08
0,28
1,19
1,06
-0,94
0,35
Fonte: Elaborado pelo autor.
Na análise dos índices de Margem de lucratividade (tabela 6), também não foram observadas diferenças significantes entre companhias participantes e não participantes do ISE.
Tabela 6 – Resultado dos testes de diferenças entre médias de índices de Margem de Lucratividade
Índice
4.1. Rentabilidade do ativo
4.2. Rentabilidade do patrimônio líquido
Média
Sig.
Média
Sig.
ISE
Não ISE
z
(P-value)
ISE
Não ISE
z
(P-value)
Bens industriais
0,04
-0,01
-0,45
0,65
0,11
0,16
-0,45
0,65
Materiais básicos
0,08
0,04
-1,35
0,18
0,13
0,07
-1,52
0,13
Telecomunicação
0,08
0,11
-1,34
0,18
0,17
0,18
-0,45
0,65
Utilidade pública
0,08
0,05
-0,94
0,35
0,18
0,23
-0,31
0,75
Fonte: Elaborado pelo autor.
Novamente, os índices de Rentabilidade sobre o investimento (tabela 7) não revelaram diferenças significantes entre as empresas reconhecidamente sustentáveis ou não.
Tabela 7 – Resultado dos testes de diferenças entre médias de índices
de Rentabilidade sobre o investimento
Índice
5.1. Margem bruta
5.2. Margem operacional
5.3. Margem líquida
Média
Sig.
Média
Sig.
Média
Sig.
ISE
Não ISE
z
(P-value)
ISE
Não ISE
z
(P-value)
ISE
Não ISE
Z
(P-value)
Bens industriais
0,27
0,08
-1,34
0,18
0,10
0,17
-0,45
0,65
0,09
0,14
-0,45
0,65
Materiais básicos
0,23
0,36
-1,18
0,24
0,21
0,13
-0,34
0,74
0,17
0,09
-0,51
0,61
Telecom unicação
0,46
0,54
-1,34
0,18
0,19
1,04
-0,45
0,65
0,15
0,92
-1,34
0,18
Utilidade pública
0,43
0,42
-1,17
0,86
0,29
0,20
-1,15
0,25
0,21
-0,01
-1,22
0,22
Fonte: Elaborado pelo autor.
Por último, a análise dos índices de Valor de mercado (tabela 8) também não revelou diferenças significantes entre os dois grupos de empresas.
Tabela 8 – Resultado dos testes de diferenças entre médias de índices
de Valor de Mercado
Índice
6.1. Preço/Valor patrimonial da ação
6.2. Preço /Lucro
Média
Sig.
Média
Sig.
ISE
Não ISE
z
(P-value)
ISE
Não ISE
z
(P-value)
Bens industriais
1,62
1,03
-0,45
0,65
15,41
2,31
-1,34
0,18
Materiais básicos
1,36
1,07
-1,01
0,31
11,90
18,33
-0,17
0,87
Telecomu nicação
0,49
1,91
-1,34
0,18
3,07
10,31
-0,45
0,65
Utilidade pública
1,97
1,15
-0,45
0,65
15,49
32,60
-0,52
0,60
Fonte: Elaborado pelo autor.
4.3 Discussão dos resultados
Na análise geral dos indicadores financeiros de empresas
participantes e não participantes do ISE, este estudo revelou não
haver diferença significante entre os indicadores financeiros dos dois
grupos, indicando, assim, semelhança no desempenho das empresas. Esses resultados corroboram com os achados de Macedo et al. (2007), Rezende, Nunes e Portela (2008), Machado, Machado e Corrar (2009), Gomes e Torquato (2011), Macedo, Corrar e Siqueira (2012), Todeschini e Mello (2011), que, em uma análise geral sem diferenciação por setor econômico, também não identificaram diferença significante no desempenho financeiro de empresas reconhecidamente sustentáveis ou não.
Por outro lado, a análise por setor econômico revelou haver diferenças significantes no setor de Materiais másicos, em que o índice margem EBITDA das empresas participantes foi significantemente superior às empresas não participantes do ISE, e no setor de Utilidade pública, em que o índice Cobertura das despesas financeiras das empresas participantes também revelou desempenho significantemente superior. Por sua vez, estes achados estão em consonância com os achados de Teixeira, Nossa e Funchal (2011), Macedo, Corrar e Siqueira (2012), Mazzioniet al. (2013) e Barakat et al. (2016), uma vez que também identificaram superioridade no desempenho financeiro de empresas participantes do ISE.
No setor de Utilidade pública, a superioridade do índice Cobertura das despesas financeiras das empresas participantes do ISE se assemelha com os achados de Teixeira, Nossa e Funchal (2011) de Todeschini e Mello (2011), que também encontraram relação negativa com o endividamento de empresas sustentáveis. Todeschini e Mello (2011), embora não tenham encontrado diferença significante na análise geral, encontraram desempenho financeiro significante superior pelas empresas participantes do ISE quando analisaram por setor econômico. Esses autores também encontraram desempenho significantemente superior nos setores de Consumo não cíclico/Saúde e Financeiros e outros/Intermediários financeiros nas empresas participantes do ISE.
Situação semelhante foi constatada pelos achados de Macedo, Corrar e Siqueira (2012), uma vez que, em uma análise geral, não encontraram desempenho financeiro significantemente superior para
empresas não participantes do ISE. Estes achados corroboram com aqueles encontrados por Teixeira, Nossa e Funchal (2011), Teixeira, Nossa e Funchal (2011), e Mazzioni et al. (2013), assim como com os resultados por setor econômico de Todeschini e Mello (2011) Macedo, Corrar e Siqueira (2012), e Barakat et al. (2016). Porém, estão em desacordo com os resultados de Vital el. (2009).
Merece destaque que, mesmo tendo encontrado desempenho
financeiro superior pelas empresas participantes do ISE em apenas nas
duas ocasiões descritas acima, não foi revelada nenhuma ocasião de
superioridade dos índices pelas empresas não participantes do ISE. Desta forma, pode-se concluir que não há evidências de que os custos
adicionais decorrentes de ações de sustentabilidade de empresas participantes do ISE impactassem negativamente em seu desempenho
financeiro.
Este trabalho se apresenta como uma iniciativa de discussão do tema da sustentabildade de forma direta, por meio de uma comparação direta e objetiva, utilizando o desempenho financeiro como base de comparação. Porém, apresenta limitações, como a pequena quantidade de empresas que foram analisadas. Além disso, não foi possível analisar os setores Consumo não básico, Consumo cíclico, Consumo não cíclico e Construção e transporte, uma vez que os resultados dos testes estatísticos de Wilcoxon foram omissos (“missingvalues”). Para as futuras pesquisas, sugerem-se estudos com combinação de técnicas estatísticas mais sofisticadas, como a análise de dados em painel, com mais setores e incluindo algumas variáveis de controle.
Referências
BARAKAT, S. R.; SANCHES, M. V.; MACLENNAN, M. L. F.; POLO, E.; OLIVEIRA JÚNIOR, M. M. Associação entre Desempenho Econômico
e Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores de São
Paulo. Gestão & Regionalidade, São Paulo, v. 32, n. 95, p. 127-142, maio-ago. 2016.