O Balanced Scorecard Aplicado ao Setor Público: O Caso dos Tribunais de Justiça dos Estados do Brasil e do Distrito Federal

Autores

  • Luiza Natalle de Andrade Farias Universidade Estadual da Paraíba
  • Roseane Patrícia de Araújo Silva Universidade Estadual da Paraíba https://orcid.org/0000-0002-8225-1764
  • Mamadou Dieng Universidade Estadual da Paraíba
  • Vânia Vilma Nunes Teixeira Universidade Estadual da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.5020/2318-0722.2021.27.1.10785

Palavras-chave:

balanced scorecard, setor público, tribunais de justiça.

Resumo

Esta investigação teve como objetivo averiguar se o modelo de balanced scorecard (BSC) implantado pelo Tribunal de Justiça (TJ) de cada estado do Brasil e do Distrito Federal está alinhado conforme preconiza a literatura, bem como se segue a mesma linha de raciocínio estratégico pelo fato dos tribunais realizarem a mesma atividade. A amostra constituiu-se dos 26 tribunais de justiça dos estados do Brasil e do TJ do Distrito Federal. Trata-se de um trabalho exploratório e documental, com abordagem qualitativa, que utilizou a técnica de análise de conteúdo nos documentos que reportavam informações sobre o BSC, disponibilizados nos websites dos tribunais em estudo, para coleta de dados. Os achados indicam que toda a amostra utiliza o mapa estratégico (ME) propagado pela literatura do BSC. Em consonância com o modelo de BSC proposto para esta investigação, os principais resultados denotam: (i) estrutura básica com três perspectivas: sociedade; processos internos e; recursos, na maioria dos mapas avaliados; (ii) a posição hierárquica das perspectivas sociedade e recursos compatíveis com a literatura; em 100% dos mapas, a dimensão sociedade foi encontrada no topo, indicando ser a perspectiva mais importante para a obtenção de resultados; em sua base, a maioria traz a dimensão recursos, indicando como deve iniciar o processo estratégico e (iii) 17 mapas estratégicos, 63% da amostra, apresentaram a missão no topo da cadeia causa e efeito. Ademais, ao avaliar os objetivos estratégicos, observou-se que, em sua maioria, são caracterizados de acordo com a individualidade de cada TJ. Dos 149 objetivos estratégicos existentes, 134 são exclusivos de cada tribunal, denotando-se apenas seis objetivos comuns, demonstrando, em sua maioria, dispersão quanto aos fins a que se propõem cada um dos tribunais, embora possuam as mesmas funções sociais. Apenas cinco mapas estratégicos apresentam relação causa e efeito entre objetivos e perspectivas. Constata-se a existência de semelhanças nos desenhos dos mapas estratégicos implantados nos tribunais do estudo, no entanto destacam-se características idiossincráticas na sua elaboração.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luiza Natalle de Andrade Farias, Universidade Estadual da Paraíba

Graduada em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual da Paraíba

Roseane Patrícia de Araújo Silva, Universidade Estadual da Paraíba

Doutora pela Universidade de Granada – Espanha/Departamento de Economia Financeira e Contabilidade/Campus La Cartuja. Profª do Departamento de Contabilidade da Universidade Estadual da Paraíba/Campus I/Campina Grande.

Mamadou Dieng, Universidade Estadual da Paraíba

Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo – USP. Profº do Departamento de Contabilidade da Universidade Estadual da Paraíba/Campus I/Campina Grande.

Vânia Vilma Nunes Teixeira, Universidade Estadual da Paraíba

Mestre em Ciências Contábeis pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP/São Paulo-SP. Profª do Departamento de Contabilidade da Universidade Estadual da Paraíba/Campus I/Campina Grande.

Referências

AIDEMARK, L. The meaning of balanced scorecards in the health care organization. Financial Accountability and Management, [S. l.], v.17, n. 1, p. 23-40, 2001.

AL-HAJ, F. B.; ATIEH, S. H. Updating balanced scorecard model for the evaluation of the strategic performance in Greater Amman Municipality. European Scientific Journal, [S. l.], v. 12, n. 31, 2016.

ARNABOLDI, M.; LAPSLEY, I. Modern costing innovations and legitimation: a health care study. Abacus, [S. l.], v. 40, n. 1, p. 1-20, 2004.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2010.

BARROS, J.; RODRÍGUEZ, R. Una nueva visión del Cuadro de Mando Integral para el sector público. Revista iberoamericana de contabilidad de gestión, [S. l.], p. 4, 117-148, 2004.

BASTIDAS, E. L.; RIPOLL FELIU, V. Una Aproximación a las implicaciones del cuadro de mando integral en las organizaciones del sector público. Compendium, [S. l.], v. 6, n. 11, 2003.

BEMFICA, M. F. C.; CALLADO, A. A. C. Balanced scorecard no setor público: uma análise dos mapas estratégicos dos Ministérios Públicos Estaduais. Sociedade, Contabilidade e Gestão, [S. l.], v. 14, n. 2, 2019.

BLONSKI, F.; PRATES, R. C.; COSTA, M; VIZEU, F. O controle gerencial na perspectiva do new public management: o caso da adoção do balanced scorecard na Receita Federal do Brasil. Administração Pública e Gestão Social, [S. l.], v. 9, n. 1, p. 15–30, 2017.

BRASIL. Conselho Nacional da Justiça. Resolução n. 198/2014, de 1º de julho de 2014.

CHAN, Y. C. L. Performance measurement and adoption of balanced scorecard. A survey of municipal governments in the USA and Canada. The International Journal of Public Sector Management, [S. l.], v. 17, n. 3, p. 204-221, 2004.

DIMITROPOULOS, P.; KOSMAS, I; DOUVIS, I. Implementing the balanced scorecard in a local government sport organization: evidence from Greece. International Journal of Productivity and Performance Management, [S. l.], v. 66, n. 3, 2017.

GHELMAN, SILVIO; COSTA, S. R. Adaptando o BSC para o setor público utilizando os conceitos de efetividade, eficácia e eficiência. In: SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 13., 2006, Bauru. Anais [...]. Bauru: [s. n.] 2006. p. 1-10.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed., Atlas, São Paulo, 2008

HOOD, C. The “new public management” in the 1980s: variations on a theme, Accounting ,Organisations and Society, [S. l.], v. 20, n. 2/3, p. 93-109, 1995.

HOQUE, Z.; ADAMS, C. The rise and use of balanced scorecard measures in Australian government departments. Financial Accountability & Management, v. 27, n. 3, p. 308-334, 2011.

HORVÁTH; PARTNERS. Dominar el cuadro de mando integral – manual prático baseado em más de 100 experiencias. Barcelona: Ediciones Gestión, 2003.

HYNDMAN, N.; LAPSLEY, I. New public management: the story continues. Financial Accountability & Management, [S. l.], v. 32, p. 385–408, 2016.

ITTNER, C.D.; LARCKER, D.F. Coming up short on non-financial performance measurement, Harvard Business Review, [S. l.], v. 81, n. 11, p. 88-95, 2003.

JOHNSEN, A. Balanced scorecard: theoretical perspectives and public management implications. Managerial Auditing Journal, [S. l.], v. 16, n. 6, p. 319 – 330, 2001.

KALIMULLAH, N. A., ALAM, K. M. A.; NOUR, M. A. New public management: emergence and principles. Bup Journal, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 1-22, 2012.

KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. Balanced scorecard – measures that drive performance. Harvard Business Review, [S. l.], v. 70, n. 1, p. 71-79, 1992.

KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. Linking the balanced scorecard to strategy. California Management Review, [S. l.], v. 39, n. 1, pp. 53-79, 1996.

KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. Mapas estratégicos: convertendo ativos intangíveis em resultados tangíveis (strategy maps). Tradução: Afonso Celso de Cunha Serra. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. Organização orientada para a estratégia: como as empresas que adotam o balanced scorecard prosperam no novo ambiente de negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. Transforming the balanced scorecard from performance measurement to strategic management: part 1”. Accounting Horizons, [S. l.], v. 15, n. 1, p. 87-104, 2001.

LAPSLEY, I.; WRIGHT, E. The difusion of management accounting innovations in the public sector: a research agenda. Management Accounting Research, [S. l.], v. 15, p. 355–374, 2004.

LÓPEZ HERNÁNDEZ, A. M.; LÓPEZ VIÑEGLA, A.; RODRÍGUEZ NIETO, A. El cuadro de mando integral como herramienta de gestión estratégica em entidades deportivas públicas y privadas. Málaga: Junta de Andalucía, Consejería de Turismo, Comercio y Deporte, 2007.

MADSEN, D. O.; AZIZI, B.; RUSHITI, A.; STENHEIM, T. The difusion and implementation of the balanced scorecard in the Norwegian municipality sector: a descriptive analysis. Social Sciences, [S. l.], v. 8, n. 152, 2019.

MATEOS-RONCO, A.; HERNÁNDEZ MEZQUIDA, J.M. Developing a performance management model for the implementation of TQM practices in public education centres. Total Quality Management & Business Excellence, [S. l.], v. 29, n. 5-6, p. 546-579, 2018.

MOULLIN. M. Improving and evaluating performance with the public sector scorecard. International Journal of Productivity and Performance Management, [S. l.], v. 66, n. 4, p. 442-458, 2017.

NIVEN, Paul. Balanced Scorecard step-by-step for government and nonprofit agencies. New Jersey: John Wiley & Sons, 2003.

NORTHCOTT, D.; FRANCE, N. The balanced scorecard in New Zealand health sector performance management: dissemination to diffusion. Australian Accounting Review, [S. l.], v. 15, n. 37, p. 34-46, 2005.

NORTHCOTT, D.; TAULAPAPA, T. M. Using the balanced scorecard to manage performance in public sector organizations: issues and challenges. International Journal of Public Sector Management, [S. l.], v. 25, n. 3, p.166-191, 2012.

OLVE, N.G.; ROY, J.; WETTER, M. Implementando y gestionando el cuadro de mando integral- guía prática del balanced scorecard. Barcelona: Ediciones Gestión, 2000.

PASARIBU, A.; ANDIKA, M. G. D.; RACHMANDA, R.; WIBISONO, D. A Review of performance management using the balanced scorecard in public sector. Asia Pacific Institute of Advanced Research (APIAR). In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON ADVANCED BUSINESS AND SOCIAL SCIENCES, 1., 2016, Bali. Anais […]. Bali: Asia Pacific Institute of Advanced Research, 2016, p. 88-98.

PIDD, M. Perversity in public service performance measurement. International Journal of Productivity and Performance Management, [S. l.], v. 54, n. 5/6, p. 482-93, 2005.

SILVA, C. M. R. C. C. Uma contribuição à definição de indicadores de desempenho de instituições federais de educação tecnológica do Brasil na abordagem do balanced scorecard. 2008. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2008.

SIMPSON, S. N. Y.; ABOAGYE-OTCHERE, F. Understanding the use of balanced scorecard in the context of state-owned enterprises in developing countries: a case from Ghana. Research Journal of Finance and Accounting, [S. l.], v. 5, n. 13, 2014.

YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

Downloads

Publicado

29.03.2021

Como Citar

DE ANDRADE FARIAS, L. N.; DE ARAÚJO SILVA, R. P.; DIENG, M.; NUNES TEIXEIRA, V. V. O Balanced Scorecard Aplicado ao Setor Público: O Caso dos Tribunais de Justiça dos Estados do Brasil e do Distrito Federal. Revista Ciências Administrativas, [S. l.], v. 27, n. 1, 2021. DOI: 10.5020/2318-0722.2021.27.1.10785. Disponível em: https://ojs.unifor.br/rca/article/view/e10785. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos