Mal-Estar e Subjetividade Brasileira

Autores

  • Luís Cláudio Mendonça Figeiredo

Resumo

Na minha fala procurarei chegar à questão do que poderia ser considerado como “sintoma social no Brasil” através de um trajeto, um pouco longo, que se inicia com a releitura de dois textos de Freud – O Futuro de uma ilusão e O Mal-estar na cultura. Nesses trabalhos de maturidade, Freud nos oferece uma compreensão das relações entre “natureza” e “cultura” e entre “indivíduo” e “sociedade” que até hoje é difícil de apreender em sua radical novidade. Tentarei demonstrar que nem complementaridade, nem oposição simples, nem oposição dialética dão conta destas relações e que apenas o que Jacques Derrida denominou de lógica da suplementaridade corresponde ao pensamento freudiano e a uma ética psicanalítica em que o “mal-estar”, um estado crônico mas tolerável de desprazer, é intrínseco à constituição do psiquismo e uma condição básica para a procura pelo homem das felicidades possíveis. Será, então, a partir desta lógica da suplementaridade e desta compreensão do “mal-estar” na cultura, que tecerei considerações acerca da Modernidade ocidental e de como o Brasil se insere em sua periferia, gerando sua própria versão, algo caricata, do “mal-estar”. Finalmente, tentarei, com a ajuda de um dos nossos grandes humoristas – Luís Fernando Veríssimo –, sugerir o riso de nós mesmos como uma importante medida analítica e terapêutica. Palavras-chave: cultura, indivíduo, natureza, sintoma social, sociedade

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Biografia do Autor

Luís Cláudio Mendonça Figeiredo

Doutor em Psicologia pela USP, Professor da USP e PUC-SP, Autor de Modos de subjetivação no Brasil e outros escritos (1995), A invenção do psicológico (1996) e de diversos artigos em revistas especializadas.

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Publicado

01.04.2001

Como Citar

Mendonça Figeiredo, L. C. (2001). Mal-Estar e Subjetividade Brasileira. Revista Subjetividades, 1(1), 57–72. Recuperado de https://ojs.unifor.br/rmes/article/view/1130

Edição

Seção

Artigos