O Perigo Mora ao Lado: Jornalismo Policial Televisivo e Paranoia
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v21i3.e11317Palavras-chave:
jornalismo policial, violência, televisão, paranoia, Teoria crítica da sociedadeResumo
O objetivo deste artigo é analisar a forma como a violência é apresentada nos programas de jornalismo policial televisivo e debater os possíveis efeitos dos programas em seus telespectadores. Selecionamos como material de análise algumas edições de programas do gênero: do Brasil Urgente (TV Bandeirantes São Paulo), do Cidade Alerta e do Balanço Geral (ambos da TV Record São Paulo). Uma amostra aleatória de sete edições foi gravada, transcrita e submetida à análise qualitativa de discurso. Como fundamentação teórica para a interpretação dos programas, utilizou-se um referencial oriundo da Teoria Crítica da sociedade. A partir da análise, chegamos à conclusão de que a estrutura do jornalismo policial parece provocar dois grandes efeitos em seu público: 1) ela coloca seus telespectadores em uma posição conformista, por meio da qual o sistema social é protegido e reforçado; 2) os programas alimentam uma forma paranoica de relação com a realidade social, a partir da construção de uma visão de mundo fundada no medo. O estudo indica, por fim, que programas do gênero podem alimentar processo de exclusão social, ao consolidar estigmas e preconceitos, além de reforçar demandas por um Estado autoritário e violento.
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