O Estatuto do Inconsciente na Clínica Sinthomática das Chamadas Psicoses Ordinárias

Autores

  • Éverton Fernandes Cordeiro
  • Patrícia Fátima Mendes Guedes

DOI:

https://doi.org/10.5020/23590777.14.2.235-249

Palavras-chave:

inconsciente, psicose, psicose ordinária, inconsciente real, Jacques Lacan.

Resumo

Em seu primeiro ensino, Lacan confere ao inconsciente o estatuto de estruturado como uma linguagem, em que o Nome-do-Pai é o significante primaz e ordenador da entrada do sujeito no campo simbólico. Nesse ensino, a foraclusão do Nome-do-Pai é o mecanismo que constitui a estrutura clínica da psicose. No último ensino, com a teoria do sinthoma e a partir da obra de James Joyce, Lacan abre uma nova perspectiva para abordar a psicose, não em termos de déficit do Nome-do-Pai, mas como modos borromeanos de amarração dos registros Real, Simbólico e Imaginário. É sob o modelo joyceano que se pode pensar o que Miller, na Convenção de Antibes, denominou psicose ordinária. Assim, se há mudanças no percurso teórico lacaniano, dos anos 1950 aos anos 1970, sobre a abordagem das psicoses, apontariam as psicoses ordinárias para uma outra perspectiva do inconsciente no contexto do último ensino de Lacan, diferente daquela do inconsciente estruturado como linguagem? Este estudo pretende retomar pontos importantes de momentos cruciais do ensino de Jacques Lacan, que permitem compreender alguns giros teóricos desse psicanalista francês e como os mesmos têm efeitos e consequências na clínica, ou surgiram, eles próprios, de questões clínicas. Nesse sentido, considerando o que é chamado de psicose ordinária e fundamentando-se nas discussões lacanianas sobre o sinthoma, isso apontaria para outra abordagem do inconsciente que confere ao registro do real um lugar proeminente, o que Miller aponta como o inconsciente real.

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Biografia do Autor

Éverton Fernandes Cordeiro

Psicólogo do Centro de Referência em Saúde Mental (CERSAM Pampulha – CAPS III, Prefeitura de Belo Horizonte), graduado pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste); Mestrando em Psicologia/Estudos Psicanalíticos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Patrícia Fátima Mendes Guedes

Psicóloga da Rede de Saúde Mental (Prefeitura de Coronel Fabriciano), graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES); Psicanalista; Mestre em Gestão Territorial pela Universidade do Vale do Rio Doce (Univale); Docente do Curso de Psicologia e Coordenadora do Curso de Pós-graduação lato sensu em Clínica Psicanalítica na Contemporaneidade do Unileste.

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Publicado

01.08.2014

Como Citar

Cordeiro, Éverton F., & Guedes, P. F. M. (2014). O Estatuto do Inconsciente na Clínica Sinthomática das Chamadas Psicoses Ordinárias. Revista Subjetividades, 14(2), 235–249. https://doi.org/10.5020/23590777.14.2.235-249

Edição

Seção

Artigos