Sujeito, Subjetividade e “Ciência” em Freud e Lacan: Algumas Considerações Teóricas Prévias a uma Intercessão-pesquisa no Campo da Saúde Mental Coletiva

Autores

  • Waldir Périco
  • Abílio da Costa-Rosa

DOI:

https://doi.org/10.5020/23590777.14.3.418-432

Palavras-chave:

sujeito, subjetividade, modos de subjetivação, paradigma científico, psicanálise.

Resumo

Tendo a psicanálise de Freud e Lacan como referência, buscamos tecer considerações teóricas prévias a uma Intercessão-Pesquisa no contexto da Saúde Mental Coletiva. Para tal, esboçamos as teorizações de sujeito e subjetividade, bem como a visão de “ciência” e de produção de saber que se faz possível a partir destes conceitos. A psicanálise elucida um sujeito além do eu, na medida em que a fala deflagra o furo no discurso. Sujeito este que, por não se esgotar em um significante, sempre emerge do movimento simbólico ao ser representado por um significante para outros significantes. É por ser produzido a partir da cascata de significantes, como enxame de sentido, estando esta em constante movimento, que enunciamos a hipótese do processamento subjetivo. Falamos de subjetividade ativa, que não cessa de produzir novos significantes: produção de sentidos novos a partir dos efeitossujeito. Com a psicanálise, vemos uma revolução paradigmática no campo epistemológico, que coloca em relevo a produção subjetiva sempre pela via do sujeito. Possibilita uma práxis que se coloca em condição de tratar o Real pelo Simbólico; tratamento sempre parcial, uma vez que o Simbólico não tem o último significante capaz de dizer por completo o Real do sujeito. De tal modo, é a partir da perspectiva da castração simbólica que se pode conceber o que podemos denominar um campo “científico” psicanalítico: uma “ciência” não-toda. No Dispositivo Intercessor, a produção do saber na práxis está inevitavelmente atrelada a um saber-se por parte do sujeito, capaz de operar equacionamentos nos impasses de subjetivação vivenciados. Quanto ao saber da pesquisa, esse é produzido a posteriori e corresponde a uma reflexão de estatuto epistemológico sobre o processo de produção do saber na práxis clínica.

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Biografia do Autor

Waldir Périco

Graduado em Psicologia pela UNESP – Campus de Assis, Aprimoramento Profissional em Saúde Mental e Saúde Pública pela Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo, Mestre em Psicologia pela UNESP – Campus de Assis, Membro do “Laboratório Transdiciplinar de Intercessão-Pesquisa em Processos de Subjetivação e ‘Subjetividadessaúde’” (UNESP – Campus de Assis) e Psicólogo da Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de Presidente Prudente (SP).

Abílio da Costa-Rosa

Professor Livre-Docente do departamento de Psicologia Clínica da UNESP – Campus de Assis, Psicanalista e Analista Institucional, Coordenador do “Laboratório Transdiciplinar de Intercessão-Pesquisa em Processos de Subjetivação e ‘Subjetividadessaúde’” (UNESP – Campus de Assis).

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Publicado

01.12.2014

Como Citar

Périco, W., & Costa-Rosa, A. da. (2014). Sujeito, Subjetividade e “Ciência” em Freud e Lacan: Algumas Considerações Teóricas Prévias a uma Intercessão-pesquisa no Campo da Saúde Mental Coletiva. Revista Subjetividades, 14(3), 418–432. https://doi.org/10.5020/23590777.14.3.418-432

Edição

Seção

Artigos