Sofrimento e desinstitucionalização. Construindo redes de apoio em saúde mental

Autores

  • Nilson Gomes Vieira Filho Université Paris VII

Palavras-chave:

sofrimento psíquico, institucionalização, terapêutica em rede social, saúde mental, saúde da família.

Resumo

O conceito de “síndrome de institucionalização” em Franco Basaglia é revisto e reformulado para a prática dos serviços substitutivos em saúde mental no contexto da reforma psiquiátrica brasileira. Essa síndrome é entendida como um tipo de adoecimento de origem psicossocial decorrente da evolução do processo de sofrimento psíquico construído ou reforçado no percurso de adaptação à institucionalização do sujeito/usuário vivenciando relações de subordinação e constrangimento moral e/ou psicológico, durante a intervenção e/ou internação em ambiente hospitalar, ambulatorial ou outra instituição total. A terapêutica deste quadro clínico está implicada no processo de desinstitucionalização e transformação da cultura excludente manicomial que vem introduzindo normatividade na relação contratual de cuidados, dando condições de possibilidade para ações clínicas interdisciplinares, sobretudo, em trabalho articulando o serviço de saúde mental e a atenção básica (saúde da família). Nesse contexto, a relação terapêutica dialógica e em rede social supõe um processo empático dual e ampliado a outros membros da equipe do serviço e a(s) pessoa(s) da(s) relação(ões) significativa(s) do sujeito/usuário, como também reflexões sobre as transferências multifocais. O diagnóstico interdisciplinar previsto é co-construído no cotidiano e em reunião(ões) da equipe com o conjunto dos profissionais como parte integrada ao projeto terapêutico do sujeito/usuário em coerência com seu tratamento em saúde mental territorial, incluindo neste uma rede de apoio. Espera-se que essa reformulação teórica possa contribuir para futuras pesquisas interdisciplinares em psicologia.

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Publicado

25.05.2016

Como Citar

Vieira Filho, N. G. (2016). Sofrimento e desinstitucionalização. Construindo redes de apoio em saúde mental. Revista Subjetividades, 11(1), 309–333. Recuperado de https://ojs.unifor.br/rmes/article/view/4985

Edição

Seção

Artigos