Modos de Ser e Trabalhar de Caminhoneira: Estratégia de Viver a Vida

Autores

  • Daiane Boff Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Rodrigo Luís Melz UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul
  • Carmem Ligia Iochins Grisci Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v18i3.6976

Palavras-chave:

caminhoneira, motorista de caminhão, transporte rodoviário de cargas, trabalho imaterial, estratégia de viver a vida.

Resumo

O estudo destaca a estratégia de viver a vida de caminhoneira, suportado nas noções de trabalho imaterial e vida líquida. Caminhoneiras atuantes no transporte rodoviário de cargas de longo percurso e duração participaram da pesquisa exploratória por meio de entrevistas semiestruturadas. A análise do conteúdo apontou que a caminhoneira desempenha atividades que se aproximam da noção de trabalho imaterial e possibilitou estender a noção de estratégia tomada de Bauman à vida cotidiana. Seu dia a dia remete à vida líquida; remete à indistinção entre tempo/espaço de trabalho e vida; ao percurso e cenário que extrapolam a boleia; aos elementos culturais associados à estrada. Entre truques e traquejos, a estratégia de viver a vida concentra-se em reinícios indolores que demandam manter o jogo curto e o itinerário minimamente reconhecível. Para prosseguir na profissão, em perspectiva gradiente, a caminhoneira contempla facetas do turista, andarilho e jogador, conforme metáforas apresentadas por Bauman.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Daiane Boff, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Mestre em Administração na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, bacharel em Administração pela Universidade de Caxias do Sul (UCS).

Rodrigo Luís Melz, UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul

Mestre em Administração na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Bacharel em Administração pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Especialista em Administração pela UNINTER.

Carmem Ligia Iochins Grisci, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutora em Psicologia (PUCRS), Pós-Doutorado Universidade Técnica de Lisboa. Professora Programa de Pós-Graduação/Escola de Administração/UFRGS. Pesquisadora CNPq 1D.

Referências

Barat, J. (1978). A evolução dos transportes no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE/IPEA.

Barbosa, J. E. C., Lima, S. G. C., & Chagas, E. L. (2012). Estudo sobre a evolução dos processos logísticos no Brasil. E-Locução - Revista Científica Da Faex, 2(1), 115-123.

Bauman, Z. (2007). Vida Líquida. Rio de Janeiro: Zahar.

Bauman, Z. (2011). Vida em fragmentos: Sobre a ética pós-moderna. Rio de Janeiro: Zahar.

Bauman, Z., & Raud, R. (2018). A individualidade numa época de incertezas. Rio de Janeiro: Zahar.

Conselho Nacional de Transportes. (2016). Boletim Estatístico Boletim Estatístico - 12 - 2016. Retrieved from <http://www.cnt.org.br/Boletim/boletim-estatistico-cnt>.

Departamento Nacional de Trânsito. (2015). Frota de Veículos. Retrieved from <http://www.denatran.gov.br/frota.htm>

Flick, U. (2009). Introdução à pesquisa qualitativa (3. ed.). Porto Alegre: Artmed.

Giddens, A. (2005). Sociologia (4. ed.) Porto Alegre: Artmed.

Gorz, A. (2005). O imaterial: Conhecimento, valor e capital. São Paulo: Annablume.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2005). Pesquisa Anual de Serviços. Retrieved from<http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/150/pas_2013_v15.pdf>

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. (2015). IPEADATA. Retrieved from <http://www.ipeadata.gov.br>

Instituto WCF Brasil – Childhood. (2006). O perfil do caminhoneiro no Brasil. Retrieved from <http://www.namaocerta.org.br/pdf/perfildocaminhoneiro.pdf>

Lazzarato, M., & Negri, A. (2001).Trabalho imaterial: Formas de vida e produção de subjetividade. Rio de Janeiro: DP&A.

Lei nº 9.503 (1997, 23 de setembro). Institui o Código de Trânsito Brasileiro. (1997). Brasília. Retrieved from <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9503.htm>.

Minayo, M. (Org.) (1994). Pesquisa social: Teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes.

Ministério do Trabalho e Emprego. (2015). Classificação Brasileira de Ocupações. Retrieved from <http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/home.jsf>

Penteado, R. Z., Gonçalves, C. G. O., Costa, D. D., & Marques, J. M. (2008). Trabalho e saúde em motoristas de caminhão no interior de São Paulo. Saúde e Sociedade, 17(4), 1-16. https://doi.org/10.1590/S0104-12902008000400005

Negri, A. (2003). Cinco lições sobre o império. Rio de Janeiro: DP&A.

Salvagni, J. (2013). As caminhoneiras: Uma carona nas discussões de gênero, trabalho e identidade. In Seminário Internacional Fazendo Gênero 10, Florianópolis, (Anais Eletrônicos), 1-8.

Seitz, S. (2015). Pixilated partnerships, overcoming obstacles in qualitative interviews via Skype: A research note. Qualitative Research, (1), 1-7.

Vilella, T. M. A., & Tedesco, G. M. I. (2011). Sistema de transporte rodoviário de cargas: Uma proposta para sua estrutura e elementos. Revista Transportes, 19(2), 57-65. https://doi.org/10.14295/transportes.v19i2.507

Downloads

Publicado

26.02.2019

Como Citar

Boff, D., Melz, R. L., & Grisci, C. L. I. (2019). Modos de Ser e Trabalhar de Caminhoneira: Estratégia de Viver a Vida. Revista Subjetividades, 18(3), 64–76. https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v18i3.6976

Edição

Seção

Relatos de Pesquisa

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)