Escrita poética e elaboração analítica: fazer com o impossível de ser dito

Autores

  • Juliana de Miranda e Castro Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Anna Carolina LoBianco Universidade Federal do Rio de Janeiro

Resumo

O artigo toma como objeto a impossibilidade envolvida no ato do escritor para aproximá-la da que está em jogo para o sujeito no percurso de uma análise. Recorre aos testemunhos de Guimarães Rosa e Clarice Lispector, entre outros autores, que ao se depararem com uma constante defasagem entre o vivido e seu relato, encontram também com o impossível de alcançar na escrita, ou seja, com uma inatingível completude do texto. Reconhece aí elementos que causam os embaraços com que se depara o escritor para melhor identificar aqueles que rondam o analisante. O objetivo do trabalho não se reduz à mera analogia entre o fazer do escritor e o do paciente, mas busca estender para o trabalho em análise as questões cruciais apresentadas àquele que escreve. Conclui que o escritor, ao ver que nem tudo cabe em palavras, se submete a esse impossível para paradoxalmente achar a via que o leva a sua obra. Trata-se de examinar a operação que resulta nesse achado para iluminarmos a travessia do sujeito do inconsciente.

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Biografia do Autor

Juliana de Miranda e Castro, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Psicanalista Membro do Tempo Freudiano Associação Psicanalítica.

Anna Carolina LoBianco, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora do Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Psicanalista Membro do Tempo Freudiano Associação Psicanalítica.

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Como Citar

Castro, J. de M. e, & LoBianco, A. C. (2009). Escrita poética e elaboração analítica: fazer com o impossível de ser dito. Revista Subjetividades, 8(2), 327–341. Recuperado de https://ojs.unifor.br/rmes/article/view/8

Edição

Seção

Artigos