Reescrevendo o Percurso da Psicologia Existencial: Um Retorno a Kierkegaard

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v21iEsp1.e9303

Palavras-chave:

Søren Kierkegaard, psicologia existencial, clínica psicológica, psicologia existencial-humanista, psicologia empírica.

Resumo

O objetivo deste estudo é mostrar que a psicologia existencial e suas repercussões na clínica têm início no pensamento de Søren Aaybe Kierkegaard (1813-1855). Defendemos que há uma narrativa pregressa, esquecida e, portanto, inexplorada, da psicologia que se constitui nas condições de possibilidade da perspectiva existencial. Uma releitura das obras psicológicas de Kierkegaard nos permite reescrever outro percurso da psicologia, que ocorre à margem do que é mais conhecido e divulgado. Por meio de uma revisão narrativa da literatura de autores que constituíram sua compreensão da psicologia existencial fazendo referência ao pensamento de Kierkegaard, concluímos que as apropriações das teses desse filósofo ocorrem de diferentes formas, de acordo com a perspectiva epistemológica que as inspiram: psicologia empírica, psicologia existencial-humanista e psicologia existencial. Com este estudo identificamos que os elementos que diferenciam essas perspectivas, tanto no que diz respeito à formulação da psicologia como da clínica psicológica, são, respectivamente, os conceitos de liberdade e subjetividade humana e a compreensão de relação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo, UERJ -Universidade do Estado do Rio de Janeiro IFEN - Instituto de Psicologia Fenomenológico-Existencial do Rio de Janeiro

Professora Associada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Bolsista Produtividade CNPQ, Cientista do Nosso Estado - FAPERJ, Pro cientista UERJ. Coordenadora do Laboratório de Fenomenologia e Estudos em Psicologia Existencial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Myriam Moreira Protasio, UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro IFEN - Instituto de Psicologia Fenomenológico-Existencial do Rio de Janeiro

Psicóloga. Doutorado em Filosofia no PPGFIL/UERJ; Pós-doutorado em Psicologia no PPGPS/UERJ. Professora Colaboradora no Instituto de Psicologia Fenomenológico-Existencial do Rio de Janeiro (IFEN). Pesquisadora no LAFEPE/UERJ.

Referências

Arruda, A. L. F. (2010). Percepção. In A. L. F. Arruda (Org.), A pluralidade do campo psicológico (pp. 215-251). Rio de Janeiro: Editora UFRJ.

Come, A. B. (1991). Trendelenburg’s influence on Kierkegaard’s modal categories. Montreal: Inter Editions.

Correa, A. C., Chacón, G. G., & Ternera, R. G. (2017). Psicología clínica: Fundamentos existenciales (3a ed.). Barranquilla: Universidad del Norte Editorial.

Feijoo, A. M. (2000). A escuta e a fala em psicoterapia: uma proposta fenomenológico-existencial. São Paulo: Vetor.

Feijoo, A. M. (2017). Existência & Psicoterapia: da psicologia sem objeto ao saber-fazer na clínica psicológica existencial. Rio de Janeiro: IFEN.

Feijoo, A. L., & Protasio, M. M. (2008). As Expressões da Singularidade e as Categorizações Universais. Revista da Abordagem Gestáltica: Phenomenological Studies, 14(1), 9-14.

Feijoo, A. L., & Protasio, M. M. (2011). Análise existencial: uma psicologia de inspiração kierkegaardiana. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 6(3), 72-88.

Feijoo, A. L., Protasio, M. M., Feijoo, E. L., Lessa, M. M., & Mattar, C. M. (2013). O pensamento de Kierkegaard e a clínica psicológica. Rio de Janeiro: IFEN.

Feijoo, A. L., Protasio, M. M., Gill, D., & Veríssimo, L. J. (2015). Kierkegaard, a Escola da Angústia e a Psicoterapia. Psicologia, Ciência e Profissão, 35(2), 572-583. DOI: 10.1590/1982-370300912013

Guerrero, L. (2014). La poesía Náhuatl em su originalidad existencial: Una aproximación filosófica. Ars Brevis, 20, 116-135. Link

Guignon, C. (1993). Autenticidade, valores morais e psicoterapia. In C. Guignon (Ed.), Poliedro Heidegger (pp. 233-257). Lisboa: Instituto Piaget.

Kant, E. (2001). Crítica da razão pura (Coleção Os Pensadores, Vol. 1, 4a ed.). São Paulo: Abril. (Original publicado em 1781)

Kierkegaard, S. A. (2005). As obras do amor. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes. (Originalmente publicado em 1848)

Kierkegaard, S. A. (2010a). O conceito de angústia. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes. (Originalmente publicado em 1844)

Kierkegaard, S. A. (2010b). O desespero humano. São Paulo: Editora Unesp. (Originalmente publicado em 1849)

Kierkegaard, S. A (2016). Pós-escrito às migalhas filosóficas (Vol. 2). Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes. (Originalmente publicado em 1846)

Klempe, S. H. (2014). Kierkegaard and the rise of modern psychology. New Jersey: Transaction Publishers.

Marino, G. (1997). Anxiety in the concept of anxiety. In H. Alastair & G. D. Marino (Eds.), The Cambridge Companion to Kierkegaard (pp. 308-328). Cambridge: Cambridge University Press.

May, R. (1977a). Orígenes y significado del movimiento existencial en psicología. In R. May, E. Angel, & H. R. Ellenberger (Eds.), Existência: Nueva dimensión en psiquiatría y psicología (pp. 19-57). Madrid: Editorial Gredos. (Originalmente publicado em 1948)

May, R. (1977b). Psicologia e dilema humano. Rio de Janeiro: Zahar Editores. (Originalmente publicado em 1967)

May, R. (1980). O significado de ansiedade: As causas da integração e desintegração da personalidade. Rio de Janeiro: Zahar Editores. (Originalmente publicado em 1950)

May, R. (1986). Psicologia existencial. Rio de Janeiro: Editora Globo. (Originalmente publicado em 1969)

May, R. (1992). A arte do aconselhamento psicológico. Petrópolis, RJ: Vozes. (Originalmente publicado em 1939 e revisado em 1965)

Nunes, B. (2008). A visão romântica. In J. Guinsburg (Org.), O romantismo (pp. 51-74). São Paulo: Perspectiva.

Pìnd, J. L. (2016). The psychologist as a poet: Kierkegaard and psychology in 19th-Century Copenhagen. History of Psychology, 19(4), 352-370. DOI: 10.1037/hop0000039

Protasio, M. M. (2011). Da genialidade sensível ao amor à norma: existência e consciência em Kierkegaard. Rio de Janeiro: Mauad X.

Protasio, M. M. (2012). Reflexões sobre as bases para a edificação de uma psicologia Kierkegaardiana. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 2(3), 817-832. DOI: 10.12957/epp.2012.8217

Protasio, M. M. (2014). A psicologia indicada por Kierkegaard em algumas de suas obras. Revista da Abordagem Gestáltica: Phenomenological Studies, 20(2), 223-230.

Protasio, M. M. (2015). O si mesmo e as personificações da existência finita: comunicação indireta rumo a uma ciência existencial. Rio de Janeiro: Edições IFEN.

Protasio, M. M., & Feijoo, A. L. (2011). O resgate do caráter estético da existência na filosofia de Kierkegaard. Revista Filosofia Capital, 6, 3-15.

Sharpless, B. A. (2013). Kierkegaard´s conception of psychology. Journal of Theoretical and Philosophical Psychology, 33(2), 90-106. DOI: 10.1037/a0029099

Tartiére, G. R. (2018). Kierkegaard y la psicología existencial. Estudios Kierkegaardianos, Revista de Filosofia, 4, 93-114. Link

Walsh, S. (1998). Kierkegaard the Poet. Enrahonar, 29, 153-156. DOI: 10.5565/rev/enrahonar.460

Yalom, I. (1980). Existential psychoterapy. New York: Basic Books.

Downloads

Publicado

19.06.2021

Como Citar

Feijoo, A. M. L. C. de, & Protasio, M. M. (2021). Reescrevendo o Percurso da Psicologia Existencial: Um Retorno a Kierkegaard. Revista Subjetividades, 21(Esp1), Publicado online: 19/06/2021. https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v21iEsp1.e9303

Edição

Seção

Dossiê: Psicologia & Fenomenologia

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)