Ageísmo: Percepção de Pessoas Idosas Usuárias do Cras

Autores

  • Juliana Fernandes-Eloi Centro Universitário Unichristus Centro Universitário Estácio do Ceará
  • Angélica Maria de Sousa Silva Universidade de Fortaleza (Unifor)
  • Josevânia da Silva Universidade Estadual da Paraiba http://orcid.org/0000-0003-3344-3791

DOI:

https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v20iEsp1.e8945

Palavras-chave:

ageísmo, preconceito, estereótipo, velhice.

Resumo

O estudo teve por objetivo avaliar o preconceito contra idade vivenciado por pessoas idosas usuárias de um Centro de Referência de Assistência Social (Cras). Participaram 217 idosos, com idades entre 60 a 93 anos, sendo maioria do sexo feminino (82,9%). Utilizou-se um questionário de caracterização sociodemográfica, a escala Ageism Survey em sua versão adaptada e um diário de campo. Os dados quantitativos foram analisados através de estatística descritiva e bivariada e os dados qualitativos, através da análise de conteúdo do tipo categorial temática. Os resultados apontaram para uma maior predominância da ocorrência de discriminação contra pessoas idosas em relação a associar dor à idade (61,8%), ser demasiado velho para fazer algo (57,6%) e paternalismo (52,5%), entretanto as pessoas idosas participantes da pesquisa tendem a não perceber tais atitudes como uma forma de preconceito e/ou discriminação. É preciso maior investimento na desnaturalização da vivência do ageísmo, que se faz tão presente no cotidiano das pessoas idosas.

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Biografia do Autor

Juliana Fernandes-Eloi, Centro Universitário Unichristus Centro Universitário Estácio do Ceará

Doutora em Psicologia pela Universidade de Fortaleza - UNIFOR, Foi bolsista CAPES no doutoramento. Mestre e Graduada em Psicologia pela UNIFOR. Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará- UECE. Pós-Graduada em Psicopedagogia Clinica e Institucional. Possui Formações Clinicas em Gestalt-Terapia pelo Instituto de Gestalt do Ceará - IGC e Formação em Psicologia Fenomenológica Existencial (ACP e Gestalt), pela Escola de Psicologia e Psicoterapias Fenomenológicas Existenciais. Atualmente é Professora da Graduação em Psicologia no Centro Universitário Estácio do Ceará, e da Graduação em Psicologia no Centro Universitário Christus. Supervisora do Núcleo de Poio Psicopedagógico - NAP Estácio do Ceará (Campus Centro). Coordenadora do Núcleo de Estudos em Psicologia, Gênero e Política - NUPEX (Estácio do Ceará). Membro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia - ANPEPP - GT Relações Intergrupais: Preconceito e Exclusão Social. Psicoterapeuta. Tem experiência em Psicologia do Desenvolvimento, Psicologia Clínica Humanista e Psicologia Social com trabalhos nas áreas de Gênero, Sexualidades, Preconceito Homofóbico, Preconceito Racial e Violência. (julianafernandeseloi@gmail.com).

Angélica Maria de Sousa Silva, Universidade de Fortaleza (Unifor)

Psicóloga Clínica. Mestranda em Psicologia pela Universidade de Fortaleza (Unifor).

Josevânia da Silva, Universidade Estadual da Paraiba

Psicóloga. Doutora em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Pós-Graduação em Gerontologia. Docente Adjunta do Departamento de Psicologia e Professora do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Saúde da Universidade Estadual da Paraíba.

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Publicado

20.05.2020

Como Citar

Fernandes-Eloi, J., Silva, A. M. de S., & Silva, J. da. (2020). Ageísmo: Percepção de Pessoas Idosas Usuárias do Cras. Revista Subjetividades, 20(Esp1), Publicado online em: 20/05/2020. https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v20iEsp1.e8945

Edição

Seção

Relações Intergrupais: Preconceito e Exclusão Social