Neopentecostalismo: desamparo e condição masoquista

Autores

  • João Luiz Leitão Paravidini Universidade Federal de Uberlândia
  • Márcio Antônio Gonçalves Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Palavras-chave:

neopentecostalismo, desamparo, masoquismo, assujeitamento, hipermodernidade

Resumo

Este artigo, tendo em vista as transformações ocorridas na hipermodernidade, analisa o neopentecostalismo enquanto um fenômeno religioso promotor de uma lógica que estabelece a articulação do desamparo com a condição masoquista. O neopentecostalismo é delimitado tendo em vista suas características principais, a saber, a Teologia do Domínio, em sua articulação de um cenário de permanente guerra espiritual entre Deus e o Diabo, a Teologia da Prosperidade, a superação dos estereotipados usos e costumes de santidade e sua organização empresarial. Em sua antropologia, as igrejas neopentecostais sustentam a ideia de que o sujeito pode gozar da experiência da absoluta realização e felicidade, desde que viva uma aliança societária com o próprio Deus. Vivendo em estreita aliança com Deus, o fiel poderia se tornar ilimitado na realização de suas aspirações. No entanto, os discursos religiosos neopentecostais, dado a prevalência do mal-estar subjetivo do fiel, são confrontados com a antropologia psicanalítica a partir da ideia do desamparo estrutural do sujeito. Na tentativa de estabelecer o desmentido do desamparo humano, o neopentecostalismo pode ser evidenciado pela promoção de práticas de servidão ou assujeitamento ao outro. Em busca da superação das marcas de sua condição faltante, o fiel se cola ao outro em suas práticas de servidão voluntária e devotamento. O assujeitamento é o preço pago pelo masoquista que aspira por segurança.

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Publicado

24.05.2016

Como Citar

Paravidini, J. L. L., & Gonçalves, M. A. (2016). Neopentecostalismo: desamparo e condição masoquista. Revista Subjetividades, 9(4), 1173–1202. Recuperado de https://ojs.unifor.br/rmes/article/view/4906

Edição

Seção

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