Da Inquietante Estranheza ao Estranhamento enquanto Método

Autores

  • Marta Regina de Leão D’Agord UFRGS
  • Vitor Hugo Couto Triska

Palavras-chave:

Psicanálise, sinthoma, criação, método, linguagem.

Resumo

A psicopatologia fundamental pergunta pelo sujeito que padece e não pelas alterações funcionais observáveis, como aquelas que atingem a função senso perceptual. Nesse enfoque, a escuta clínica se dá considerando a forma como o sujeito narra e elabora sua vivência, de modo que um súbito sentimento de estranhamento ou uma desrealização podem levar a um enriquecimento subjetivo. Este trabalho compara duas situações de perplexidade. A primeira série de cenas se refere ao texto freudiano “Um distúrbio de memória na Acrópole”, no qual um sujeito transforma a perplexidade em um saber sobre si. A segunda situação se refere a cenas do personagem Stephen Dedalus de “Um retrato do artista quando jovem” de Joyce, que, em um episódio, vive os próprios sentimentos em relação a si e aos outros como estranhos, para, em outro momento, tomar o estranhamento como um método para trabalhar a linguagem. Podese estranhar a própria língua, no sentido de se sentir estranho ou de sentir a língua como estranha? Nesse caso, o estranhamento se torna um método de criação poética: poder brincar com a língua por meio da desmontagem e remontagem das palavras para descobrir novos estranhamentos. A análise dessas duas situações conduz à distinção entre a ficção do caso pelo psicanalista e a ficção do personagem pelo autor.

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Publicado

25.05.2016

Como Citar

D’Agord, M. R. de L., & Triska, V. H. C. (2016). Da Inquietante Estranheza ao Estranhamento enquanto Método. Revista Subjetividades, 12(1-2), 243–264. Recuperado de https://ojs.unifor.br/rmes/article/view/5044

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