As Transformações Produtivas na Pós-graduação: O Prazer no Trabalho Docente Está Suspenso?

Autores

  • Fábio Machado Ruza Universidade Federal de São Carlos
  • Eduardo Pinto e Silva Universidade Federal de São Carlos

DOI:

https://doi.org/10.5020/23590777.16.1.91-103

Palavras-chave:

educação superior, professor universitário, trabalho e subjetividade, sofrimento e prazer no trabalho, psicodinâmica e psicossociologia do trabalho

Resumo

O trabalho e a subjetividade do professor da pós-graduação se inscrevem em determinado contexto político-econômico configurado pela mundialização do capital, Reforma do Estado e naturalização de formas de gestão e organização do trabalho orientadas pelos paradigmas objetivista, funcionalista e utilitarista. Neste cenário, se efetuam profundas reformas no papel desenvolvido pela universidade, que tende a se transformar em uma instituição gerencial, produtivista e mercantilizada. O docente vive, então, uma série de conflitos entre as exigências institucionais e sua subjetividade. Frente a isto, questionamos: o prazer no trabalho estaria colocado em suspenso? O sofrimento no trabalho encontraria possibilidades de, pela mediação do reconhecimento, se transmutar em prazer? Com fim de examinarmos esta questão, foram levantados e analisados dados e documentos institucionais de uma universidade pública, a UNESP, e aplicado questionário a professores de dois programas de pós-graduação de elevada performance acadêmica. O aporte teórico pautou-se nas contribuições da Psicodinâmica e da Psicossociologia do Trabalho. Apontamos que o prazer-sofrimento são elementos imbricados e que coexistem mutuamente em todas as dimensões do trabalho do professor, ainda que determinadas atividades e relações gerem potencialmente maior prazer e, outras, maior sofrimento. A intensificação do trabalho, o desgaste frente às exigências de rotinização das tarefas e o significativo número de referências ao estresse e/ou adoecimento foram evidenciados. Mas há aspectos que ora se contrapõem, ora ofuscam estes indicadores de sofrimento. Conclui-se que, neste jogo intrincado do par antitético prazer-sofrimento, ficam abertas várias possibilidades para as subjetividades docentes, que se situam entre o sofrimento patogênico e o sofrimento criativo.

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Publicado

20.01.2017

Como Citar

Ruza, F. M., & e Silva, E. P. (2017). As Transformações Produtivas na Pós-graduação: O Prazer no Trabalho Docente Está Suspenso?. Revista Subjetividades, 16(1), 91–103. https://doi.org/10.5020/23590777.16.1.91-103

Edição

Seção

Dossiê: Docência e Subjetividade